Depois de cerca de oito horas de assembleia em São Paulo, os credores da Viação Itapemirim aprovaram o novo plano de recuperação judicial do grupo de empresas, nesta quarta-feira, 17 de abril de 2019.
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Foto: Ilustração/Arquivo UNIBUS RN |
Diversas mudanças foram realizadas durante a própria assembleia. Um dos itens mais polêmicos foi em relação às UPIs (Unidades de Produção Individual) das linhas de ônibus.
Uma das principais dúvidas dos credores era em relação à situação destas linhas junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que gerencia as ligações interestaduais e internacionais de ônibus.
De acordo com a defesa do grupo da Itapemirim, as linhas que podem ser leiloadas representam cerca de 50% das operações da Itapemirim/Kaissara.
Pela versão original da nova proposta, havia duas UPIs de linhas – Centro Sul e Complementares.
Pela modificação proposta, foram apresentados quatro lotes (UPIs) de linhas, sendo três por região e uma de linhas remanescentes.
“O resultado da assembleia, a aprovação em número de cabeças e valores representa o futuro da nossa empresa. A partir desse momento, a gente está pronto e apto a dar o segundo passo e começar a enxergar o para frente da empresa. Sentimentalmente, é muito mais do que isso, é dizer que a gente está no caminho certo. Nem tudo sai como a gente quer, mas com certeza, hoje, saiu melhor do que o esperado para todos nós”, disse a gestora da empesa Camila de Souza Valdívia, em entrevista exclusiva ao Diário do Transporte.
O gestor Sidnei Piva de Jesus, por sua vez, afirmou que a empresa sempre manteve contato com os trabalhadores sobre os assuntos apresentados.
“Os trabalhadores são o pulmão da empresa e eles comprovaram todo o nosso esforço e trabalho de melhorar a empresa e valorizar o trabalhador, responsável pelo futuro e sucesso dela”, disse o gestor.
O advogado de um dos credores reclamou do fato de não haver no plano de recuperação o valor de cada uma dessas linhas.
A defesa do grupo da Itapemirim disse que haverá a revisão dos valores. As UPIs dos imóveis devem ser as primeiras leiloadas.
Todas as vendas terão de receber o aval da ANTT e do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Os leilões de linhas e imóveis devem ser realizados em até 12 meses da homologação do plano.
Caso não haja interessados nas linhas e imóveis, o Grupo da Itapemirim, depois dos 12 meses do prazo de leilões, propôs o pagamento em 80 meses aos credores, com correção pela TR (Taxa Referencial), mais 3%.
No caso dos leilões das UPIs de linhas, 80% dos recursos obtidos devem ser destinados às rescisões contratuais dos trabalhadores ligados a estas linhas.
Na assembleia, foi inserida na proposta uma cláusula pela qual o grupo da Itapemirim teria de buscar no mercado três opções de empresas independentes de auditoria.
Na nova versão do plano, o grupo da Itapemirim chegou a se comprometer em renovar a frota.
Diário do Transporte