Pelo menos 10 ônibus de linhas alimentadoras da Estação Venda Nova, em Belo Horizonte, foram flagrados sem cobrador durante uma ação do vereador Jair Di Gregório (PP), que fiscalizou a circulação dos coletivos sem agente de bordo fora do horário permitido por lei, problema recorrente em Belo Horizonte.
foto: Eduardo Oliveira/EM/DA Press |
O primeiro coletivo foi abordado por volta das 10h30, com cerca de 50 passageiros, que apoiaram a ação. A Polícia Militar (PM) foi chamada. Entre as linhas alvo da operação estão a 633 (Estação Vilarinho/Jardim dos Comerciários), 625 (Estação Venda Nova/Maria Helena B) e 626 (Estação Venda Nova/Esplendor via Nova América) e 621 (Estação Venda Nova/Lagoa).
“Eu tenho relatos, eu tenho provas, tenho documentos. Mais de 5 mil cobradores de ônibus foram mandados embora para economizar com o funcionalismo nessa área, para aumentar, inclusive, os ganhos financeiros. Eu venho apreendendo ônibus desde o ano passado”, disse o vereador à reportagem durante a ação na Estação Venda Nova. Ele, que integra a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Câmara de BH, e um representante do movimento “Volta Cobradores” dizem ter sido ameaçados por seguranças da estação.
Agentes da BHTrans que estavam no local preencheram formulários com as informações dos coletivos abordados, que foram recolhidos para as garagens. Os documentos seriam repassados à BHTrans. De acordo com o vereador, se os ônibus apreendidos voltarem a circular hoje, eles irão ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) registrar denúncia.
De acordo com a Lei 10.526, só é permitida a circulação de ônibus convencionais sem um agente de bordo das 20h30 às 5h59, além de domingos e feriados. Veículos do BRT ou serviços especiais, como executivos, turísticos ou micro-ônibus, estão livres dessa norma.
“Eu acho certo. Está um perigo sem trocadores, a gente morre de medo. Fica muito pesado pro motorista sozinho. É um grande risco de acidentes, além de a passagem ser cara”, disse a passageira Elenita Pereira de souza, de 68 anos.
“Tira a atenção dos motoristas, a passagem aumentou e nada melhorou. A BHTrans precisa resolver isso. O pessoal só está pensando no lucro”, comentou Álvaro Antônio Honório, 27, que também estava na estação.
Procurada pelo em.com.br, a BHTrans informou que vai fornecer esclarecimentos ainda nesta terça-feira, mas adiantou que, nesses casos, as empresas são multadas. A reportagem também entrou em contrato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) e aguarda resposta.
Estado de Minas