A ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado entregou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, uma proposta radical de substituição diesel por GNV (gás natural) em ônibus e caminhões do país.
Ilustração/UNIBUS RN |
Em um documento de 52 páginas, intitulado “Uma indústria do Gás Natural Competitiva para o Brasil”, a Associação afirma que a medida traria ganho ambiental e economia de divisas, e sugere uma série de ideias para implementar uma política nacional de estímulo ao uso de gás natural.
O que a ABEGÁS defende, entre outras ações, são mudanças regulatórias, que permitam incluir os veículos a GNV nos editais de licitação da renovação das frotas municipais dos ônibus das cidades brasileiras.
Pelo lado ambiental, garante a ABEGÁS, a substituição do diesel por GNV reduziria em cerca de 70% as emissões de poluentes, possibilitando uma sensível melhora na qualidade do ar das cidades, o que, segundo estimativas, permitiria uma economia da ordem de R$ 40 bilhões por ano em gastos de saúde pública.
Já pelo lado econômico, a redução nas importações de gasolina e diesel traria ao país uma economia brutal, em média de US$ 7,3 bilhões por ano.
O presidente executivo da Abegás Augusto Salomon, sustenta que o Gás Natural Veicular (GNV) é usado internacionalmente como um combustível estratégico para reduzir o nível de emissões, “não só em carros de passeio, mas em veículos pesados, no transporte público e de cargas, por conta da sua confiabilidade, produtividade operacional e segurança”.
Salomon afirma que a proposta da entidade é promover acordos estaduais para a implementação de políticas públicas de incentivo ao uso de GNV em veículos pesados de carga e de transporte de pessoas, em substituição ao óleo diesel – “e a criação corredores logísticos, com infraestrutura de abastecimento de GNV para veículos de transporte de carga.”
Dentre as medidas propostas pela Associação para estimular o GNV no país estão a geração de energia elétrica, com o aumento do consumo pela indústria, nas residências e no comércio.
Atualmente, a frota brasileira movida a GNV é de cerca de 2 milhões de veículos, com predomínio de veículos leves (táxis, frota cativas, autônomos e particulares). “Mas a experiência internacional vem apontando para o uso cada vez maior do gás natural no transporte de cargas e passageiros”, afirma o Gerente ade Estratégia e Competitividade da Abegás, Marcelo Mendonça.
A ABEGÁS lembra que a produção é exportada por falta de uma política de estímulo para uso dos veículos no país.
Diário do Transporte