Ilustração/UNIBUS RN |
Em 2012, foi sancionada a Lei de Mobilidade Urbana, que deveria ser aplicada em municípios com mais de 20.000 habitantes. Essa legislação obriga os municípios a elaborar um plano de mobilidade urbana, a fim de melhorar o deslocamento das pessoas pela cidade, integrar os diferentes meios de transportes e estabelecer um preço acessível para as tarifas dos meios de transportes públicos. O prazo inicial era até janeiro de 2015 e até essa data somente 5% das prefeituras tinham elaborado seu plano.
Dessa forma, o Diálogos na USP conversou com Nicolau Dionísio Fares Gualda, professor sênior do Departamento de Engenharia de Transportes e coordenador do Laboratório de Planejamento e Operação de Transportes, ambos da Escola Politécnica (EP) da USP, para discutir os desafios da mobilidade urbana nas grandes cidades.
Gualda enfatizou que o problema da mobilidade urbana se dá por diversos fatores e que não pode ser resolvido adicionando mais veículos na rua. Para ele, o ideal é que não se dependesse do transporte, isso porque o “transporte representa um custo monetário e a perda na qualidade de vida”.
O professor critica também o método dos rodízios de veículos por acreditar que este pode elevar a frota por incentivar a compra de mais carros. Uma opção viável que ele cita é a dos pedágios, como já acontece na cidade de Londres, na Inglaterra.
Partindo da ideia de que quanto mais construções, mais serviços, empregos e moradias são atraídos, Gualda aposta na ascensão da implementação de linhas de transportes públicos circulares, em vez de radiais, para retirar a grande concentração nas regiões centrais das grandes cidades.
Para ele, deve existir “um plano de diretoria que equilibre o uso do solo e diminua a necessidade do transporte, dando incentivo para ter mais moradia nas regiões que têm emprego e mais empregos para as regiões que têm moradias”.
Jornal da USP