Com uma fatia de quase 60% dos 5,6 mil chassis de ônibus vendidos no País no primeiro semestre deste ano, a Mercedes-Benz continua a sustentar que este mercado deverá crescer entre 15% e 20% este ano. A fabricante aposta na liberação de licitações de ônibus escolares e novas compras de modelos urbanos e rodoviários – no último caso, motivadas por frotistas que tentarão comprar carrocerias mais baratas, antes que seja obrigatória a instalação de plataforma de embarque para cadeirantes.
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Por causa do segundo semestre de ano eleitoral, quando normalmente caem as vendas de ônibus no País, a Fenabrave, associação dos concessionários, reduziu sua projeção para o segmento, que antes estimava crescimento de 4,7% e agora prevê retração de 4,1%. Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, explica que a fabricante segue apostando que licitações e renovações serão mais fortes do que a dificuldade imposta pelas eleições, fazendo o mercado em 2018 superar 2017.
“Enxergamos o cenário bastante positivo. O mercado caiu para cerca de apenas 10 mil unidades em 2016 e 2017, agora começou a crescer de novo. Se o segundo semestre for apenas um pouco melhor que o primeiro já teremos a expansão que esperamos”, avalia Barbosa.
O mercado nacional de chassis de ônibus cresceu quase 14% no primeiro semestre, com 5,6 unidades negociadas. Mas como o desempenho do segundo semestre de 2017 foi bem melhor, caso seja mantido o ritmo atual na última metade de 2018, os cerca de 11 mil chassis apenas igualariam o resultado do ano passado. Portanto, para alcançar a performance esperada pela Mercedes, de expansão de 15%, será necessário vender ao menos mais 8 mil chassis até o fim deste ano.
Barbosa avalia que isso será possível, principalmente por causa das entregas de ônibus para o programa Caminho da Escola, em licitações que já foram realizadas e deverão ter liberação de recursos neste segundo semestre. Como sintoma da falta de compras do programa até agora, de janeiro a junho o segmento de micro-ônibus caiu 79% em relação a 2017. “Por isso esperamos por crescimento significativo agora, temos muito a avançar nesse segmento”, prevê Barbosa.
O executivo também espera pelo resultado de licitações em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os maiores estados compradores de ônibus urbanos do País. “No Rio a tarifa já foi reajustada e isso deve motivar renovações de frotas urbanas”, sustenta.
O segmento de modelos rodoviários foi o que mais cresceu no ano, tanto para linhas de viagens como fretamento (71% e 108%, respectivamente). “Imaginamos a necessidade de renovação de 2 mil ônibus rodoviários por ano. Não vamos chegar a isso ainda, mas as vendas estão crescendo com possíveis pré-compras, para fugir da obrigação de ter carrocerias com plataforma elevatória, que encarece o produto e isso motiva os empresários a adiantar a renovação”, explica Barbosa.
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