Temer indica Ivan Monteiro como presidente titular da Petrobras e diz que estatal continua com sua política

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na noite desta sexta-feira, dia 1º de junho, o presidente Michel Temer escolheu Ivan Monteiro para substituir oficialmente a Pedro Parente no comando da Petrobrás.
Em rápido pronunciamento oficial, transmitido pela TV do Governo federal, o presidente Michel Temer disse que “escolhido hoje como interino, Ivan Monteiro, que é diretor da Petrobrás, será recomendado ao Conselho de Administração para ser efetivado na presidência da estatal“.

Temer garantiu que a empresa não sofrerá interferência externa em sua gestão. “É nesse contexto que o nome de Ivan Monteiro foi escolhido, a ser examinado pelo Conselho de Administração da Petrobras“.
O Conselho se reúne na próxima segunda-feira, dia 4 de junho, para dar o aval à indicação do interino.
Hoje à tarde Ivan Monteiro, que ocupa o cargo de diretor-executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da Estatal, teve seu nome aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras para assumir a presidência executiva da petroleira estatal em caráter interino.
Pedro Parente renunciou a seu cargo na manhã desta sexta-feira, após forte desgaste sofrido nos últimos dias. Duas greves – caminhoneiros e petroleiros – colocaram sua política de preços para os combustíveis sob forte pressão.
O nome de Ivan Monteiro, diante da turbulência dos últimos dez dias, passa ao mercado o recado que haverá continuidade administrativa na estatal.
Após o pedido de demissão de Pedro Parente as ações da Petrobras despencaram nesta sexta-feira na Bolsa de Valores. Os papéis preferenciais da companhia caíram 14,86%, enquanto as ações ordinárias perderam 14,92%.
No final da tarde desta sexta-feira o Ministério de Minas e Energia (MME) defendeu a política de preços praticada pela Petrobras durante a gestão de Pedro Parente. Em nota divulgada após a decisão de Pedro Parente de deixar a presidência da Petrobras, o MME destacou que o governo estuda formas de aumentar a previsibilidade dos preços ao consumidor, sem interferir na estatal.
PEDRO PARENTE DEFENDEU POLÍTICA DE PREÇOS DA ESTATAL
Nesta semana, em um vídeo na internet, compartilhado por executivos da Petrobras, Pedro Parente, presidente da estatal, fez uma defesa enfática da política de reajustes diários dos combustíveis nas refinarias da Petrobras. Ele vinha sendo identificado como o grande inimigo dos caminhoneiros e petroleiros, que pediam sua demissão. O motivo era a política de reajustes diários dos combustíveis.
Parente afirma no vídeo que a medida “não foi uma escolha caprichosa da diretoria”, e é fundamental “porque ela nos dá a chance de poder lidar melhor com a nossa participação no mercado”.
Por conta da greve, o governo levou a Petrobras a reduzir a frequência dos reajustes do combustível por um determinado período, em troca do pagamento pela União dos prejuízos causados à empresa.
No vídeo, Parente afirma: “Quando a gente faz reajustes mensais, a gente corre o risco, fica exposto a uma perda de participação de mercado, que foi ruim para a empresa quando a gente observou nos últimos meses de 2017.”
Parente cita o caso do diesel, que no fim do ano passado levou a participação da Petrobras no mercado do país a cair para 67%, mesmo com a empresa tendo quase 100 % da capacidade de refino no Brasil.
Parente declarou ainda que a empresa tem “técnicos muito bem preparados” para tratar das taxas de utilização das refinarias, e que ele não interfere nisso:
“Eu não tenho o poder de definir a carga nas refinarias, isso é um sistema bastante complexo, uma coisa que foi feita na empresa, que procura otimizar a nossa produção em todas as refinarias em função da demanda, em função do tipo de óleo, em função do que a gente consegue vender no mercado interno, o que a gente então exporta, portanto essa história que eu defino a carga na refinaria, pessoal, não acredita não”.
A política de reajustes diários de preços da Petrobras começou em meados do ano passado. A estatal visava rentabilidade, seguindo as cotações dos valores internacionais. A decisão contrasta com a postura adotada por gestões anteriores da estatal, de controle governamental dos preços que, entre outras coisas, visava o controle da inflação.
Outros executivos da Petrobras também gravaram vídeos em defesa da política de preços da estatal.
Diário do Transporte

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