Rodovias “urbanas” precisam de calçadas e ciclovias

Foto: Itaipu Binacional
Santa Terezinha de Itaipu é uma pequena cidade, bem próxima a Foz do Iguaçu, no Paraná. No domingo (22) a prefeitura local inaugurou uma ciclovia com 14 km ao longo da PR-874, estrada estadual que liga seu centro ao balneária local, na represa de Itaipu. 

A obra custou menos de 150 reais por metro linear, mas foi recebida com grande entusiasmo por mais de 500 ciclistas que foram à festa de inauguração. E ganhou repercussão nacional após a publicação da notícia pelo Mobilize: a nota e a foto dos ciclistas pedalando ao lado da estrada espalhou-se pelo país, com comentários entusiasmados de leitores em todas as regiões. 
Curiosamente, a notícia nos chega poucos dias depois que um leitor de Caxambu (MG) reclamou a falta de ciclovia e calçadas em um trecho urbanizado de uma rodovia que liga sua cidade à vizinha Baependi. De fato, em todo o Brasil, moradores de pequenas e grandes cidades são obrigados a conviver com o tráfego veloz, pesado e mortífero de estradas que cortam bairros e mesmo áreas centrais densamente urbanizadas.  
Infraestrutura obrigatória
Um pequeno levantamento de informações nos mostrou que existem inúmeras legislações federais e estaduais que recomendam ou tornam obrigatória a implantação de infraestrutura de segurança para pedestres e ciclistas nesses trechos de rodovias. Trata-se, primeiro, de proteger vidas. Mas, com boas calçadas e ciclovias, muita gente poderia deixar o carro em casa para fazer pequenos deslocamentos. Reduz-se os congestionamentos, evitam-se acidentes, a cidade se renova e todos ganham. 
A propósito,  ontem o prestigioso New York Times publicou um excelente artigo sobre “Como os carros arruinam as cidades”. Em poucas linhas, dois estudiosos condenam o investimento de bilhões de dólares em novas pistas, viadutos e pontes exclusivas para carros como desperdício de dinheiro público. Eles vão mais longe e revelam como o tráfego motorizado afasta crianças, idosos e todas as pessoas das ruas, tornando-as desumanas e perigosas. 
Infelizmente, a maior parte dos gestores públicos – e não apenas no Brasil – continua a pensar em modelos urbanos do século 20, ineficientes, custosos e altamente destrutivos. Que tal olhar o grande exemplo inovador de Santa Terezinha de Itaipu?
Mobilize Brasil

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