Zona Norte: Infraestrutura viária é barreira

O crescimento da zona Norte é algo sentido pelos moradores do local, mas ainda é longe do ‘boom’ esperado há alguns anos. Além dos limites do plano diretor, dificuldades na mobilidade urbana e a crise financeira enfrentada recentemente no país impedem o ritmo esperado por empresários. Uma retomada é esperada com conclusão das obras do Pró-Transporte, do saneamento básico de Natal, com a licitação do transporte público e a volta do poder de compra.
Foto: Adriano Abreu/Tribuna do Norte

“A gente tem boas perspectivas para a zona Norte”, declarou o secretário de meio ambiente e urbanismo, Daniel Pinheiro. O gestor se refere às consequências das obras atuais. “As melhorias viárias criam uma reserva de mercado de baixo custo. Se você pensar direito, o terreno da zona norte ainda é muito barato em relação a outras zonas da cidade, então o local tem muito a crescer com a conclusão de alterações na infraestrutura”.
Nas margens da avenida Moema Tinoco, uma das vias afetadas pelas obras do Pró-Transporte, as consequências já são visíveis. Inúmeros apartamentos estão sendo erguidos e o preço do metro quadrado aumentou, mesmo nos anos de crise. Em 2013, o metro quadrado na área custava em média R$ 1.900. Cinco anos depois, o valor chega a R$ 2.800. Em outras zonas da cidade, este valor chegou a cair.
Na avaliação do empresário Eduardo Santos, caso a crise não tivesse acontecido, o valor atual poderia chegar a R$ 4.700. “Esse aumento de 2013 para hoje é dentro de um cenário de crise, onde era muito difícil vender um apartamento em toda cidade. Hoje, ele cresce em ritmo mais acelerado por conta da recuperação econômica, mas poderia estar bem mais caro”, disse.
Além das atuais obras, a Prefeitura também planeja a criação de uma via para margear o mangue, chamada inicialmente de “Via Mangue”. A ideia é diminuir a demanda das avenidas Tomas Landim e João Medeiros Filho, com constantes engarrafamentos em horários de pico. Já margear o mangue foi pensado para se tornar um atrativo por conta da visão. “Nós verificamos a possibilidade de pensar numa via que interligue o sentido do mangue e que pudesse permitir que a população pudesse contemplar mais a beleza dele”, continuou o secretário. Entretanto, ainda não há projeto pronto e a construção da via está em fase de análise. “A ideia é que seja uma obra suspensa, mas não temos nem desenho, ainda. É um desejo da atual gestão, mas isso precisa ser muito debatido e conversado”, concluiu.
Enquanto isso, o foco no crescimento da zona Norte está concentrado na margem das atuais obras. A expectativa é baseada em experiências anteriores, como a inauguração da ponte Newton Navarro. “A área da Redinha foi a que mais sofreu transformações e é natural que seja assim. As obras viárias atraem essas mudanças e sempre transborda nas ruas paralelas. A João Medeiros Filho também se transformou muito após a Newton Navarro”, acrescentou Daniel Pinheiro. “Toda vez que você cria um equipamento de acesso, você cria uma pressão na borda”.
Tribuna do Norte

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