‘Uber chinês’ compra aplicativo de transporte brasileiro 99

Foto: Divulgação/O Estado de SP
Seis anos depois que o paulistano Paulo Veras, hoje com 45 anos, cofundou a 99, startup por trás do aplicativo para pedir táxis pelo celular, ele alcançou um feito inédito: fez o negócio ficar tão grande que atraiu o interesse de um gigante, o aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing, conhecido como ‘Uber chinês’. Segundo apurou o ‘Estado’, a chinesa vai adquirir 100% da startup brasileira, que hoje tem valor de mercado estimado entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão.

O negócio entre as duas empresas gerou frisson entre os empreendedores brasileiros, embora não tenha sido anunciado oficialmente. A 99 afirmou em nota que não comentaria o assunto. “A respeito de informações de mercado publicadas pela imprensa, a 99 informa que se manifestará em momento oportuno”, disse a empresa.
O acordo ainda não foi anunciado porque os termos ainda não foram finalizados. Segundo fontes próximas às empresas, a Didi Chuxing já tinha uma fatia de quase 50% da empresa brasileira, após investir mais de US$ 100 milhões em uma rodada de investimento no primeiro semestre de 2017. Na mesma rodada, o grupo japonês SoftBank – dono da operadora norte-americana Sprint – também investiu outros US$ 100 milhões.
Com a aquisição do controle da companhia, o SoftBank e os outros fundos que estão há anos com a 99 deixam de ser acionistas. Entre eles estão Riverwood Capital, Monashees, Qualcomm Ventures e Tiger Global. Ainda não está claro qual será o papel dos cofundadores no futuro do aplicativo de transporte – além de Veras, a lista inclui Renato Freitas e Ariel Lambrecht que, segundo fontes, não atuam na companhia.
Virada. A 99 começou a operar em 2012 como um aplicativo exclusivo para táxis. Mas, quando o norte-americano Uber chegou ao País, a empresa foi obrigada a mudar de planos: começou também a operar um serviço de carona para competir com o rival, o 99POP. Hoje, seu aplicativo tem mais de 200 mil motoristas e 14 milhões de passageiros registrados.
“A 99 fez uma virada muito rápida para competir com o Uber no mercado nacional”, diz Maurício Benvenutti, sócio da StartSe, plataforma que conecta startups e investidores. “A aquisição da Didi confirma o sucesso dessa mudança e o Veras com certeza foi um dos responsáveis.” Desde 2016, Veras é presidente do conselho da 99 e a operação é liderada por Peter Fernandez.
Para Felipe Matos, empreendedor e autor do livro 10 mil startups, a transação “vai colocar muito dinheiro no caixa de Veras”. Contudo, não é isso que realmente deve fazer a diferença para o empreendedor, que fundou outras três startups antes da 99 – o guia de cidades Guidu, a plataforma de compras coletivas Imperdível e a plataforma de vídeos corporativos Pixit. “O Veras sempre colocou seus negócios à frente”, diz Matos. “Ele sempre foi mais de fazer do que de falar.”
O Estado de SP

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