Sem uso, estações fantasmas do BRT de Belém estão se deteriorando

As obras do Sistema Bus Rapid Transit (BRT), em Belém, já estão teoricamente concluídas no trecho entre a avenida Almirante Barroso e a Augusto Montenegro com a Independência. Mas, além do pouco uso do ônibus biarticulado que deveria facilitar a mobilidade urbana da população, outro problema incomoda os belenenses. Das 11 estações que começaram a ser feitas em maio de 2016 e já teriam sido entregues pela Prefeitura, apenas três, e mais os terminais de São Brás e Mangueirão estão funcionando. Enquanto isso, as demais permanecem fechadas, já foram pichadas e algumas até depredadas. 
Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

Basta passar pelas avenidas para ver o descaso com o dinheiro público. A Estação Templo Central, na avenida Augusto Montenegro, por exemplo, não funciona. Um dos vidros foi quebrado, as grades da rampa de acesso estão amassadas e algumas luminárias também foram destruídas. O local está pichado, assim como todos os outros. 
O estado da estação provoca revolta na servidora pública Graça Martins, 60 anos, que mora no Parque Verde e usa o transporte coletivo para se locomover. “Foi tanto dinheiro e transtorno com a obra para ficar fechada? Isso é um absurdo”, critica. Outra reclamação de Graça é o horário de funcionamento do BRT. “Um ônibus grande, que ia nos ajudar, só funciona depois das 8h. Os trabalhadores saem cedo”, comenta. O funcionário público Elói Silva, 61, viu o momento em que um ônibus expresso colidiu com uma das grades da estação. “Já tem mais de 5 meses, e ninguém conserta isso Até agora não serve para nada”, reclama. 
VANDALISMO
Alexandre Melo, 43, que mora ali próximo, também já testemunhou ações de vandalismo no local. “Um homem, aparentemente drogado, quebrou as luminárias. Às vezes, o sensor da porta fica ligado sem ninguém estar usando”, relembra. Ele conta também que a estação serve de sanitário público e de abrigo para moradores de rua. 
Na Augusto Montenegro, a estação da Marambaia é a única que funciona. Mas pouco se vê alguém usando o local. A cada 20 minutos que o ônibus biarticulado passa, este vem vazio e nem ao menos para. A situação se repete na avenida Almirante Barroso. Por 30 minutos, a reportagem permaneceu na estação Antônio Baena. No local, apenas o funcionário da catraca e outra da limpeza permaneciam no espaço. 
A pouca utilização incomoda a população. A técnica de enfermagem Elizete Costa, 36, conta que nunca conseguiu usar o BRT. “Ele serve para ir apenas até o Mangueirão, passa em determinados horários. Isso não ajuda quem precisa ir para Icoaraci, por exemplo”, observa a moradora do bairro do Marco. 
OUTRO LADO
Em nota, a Prefeitura de Belém informou que estão em operação o Terminal Mangueirão, Estação Marambaia, Estação Júlio César, Estação Antônio Baena/Curuzu e Terminal São Brás. As demais estações passarão a funcionar quando a parte de sistema e T.I. for entregue pela Companhia de Tecnologia da Informação de Belém (Cinbesa). No caso da Estação Templo Centenário, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) esclarece que, em abril deste ano, um acidente envolvendo uma moto e um ônibus danificou parte da estrutura da estação, porém já está providenciando os procedimentos necessários para a realização dos reparos.
Diário de Belém – PA

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