Carrocerias Citmax deixam a frota da grande Natal

Cada vez menos carrocerias Citmax circulam na grande Natal. O modelo, lançado pela Ciferal em setembro de 2003, marcou presença em Natal principalmente através da empresa Guanabara, maior empresa do Estado, que adquiriu 34 unidades do modelo entre os anos de 2005 e 2006. Além dela, as empresas Conceição e Campos também tiveram o modelo em suas frotas. Entre as curiosidades da presença do Citmax em Natal, está o fato de que todas as compras do veículo foram feitas zero quilômetro, e que todos tinham um mesmo modelo de chassi: Mercedes-Benz OF 1722.

Em abril de 2001 a Marcopolo assumiu o restante do controle da Ciferal, aprofundando a reestruturação iniciada dois anos antes. Com a aquisição, a empresa assim definiu sua política industrial: a fábrica Ciferal não mais fabricaria rodoviários, concentrando-se na produção de ônibus urbanos (inclusive micros) com as marcas Ciferal e Marcopolo, estes para venda nos estados situados a norte do Rio de Janeiro; os rodoviários e os urbanos destinados à exportação e aos estados do sul seriam produzidos na sede da Marcopolo.

Em setembro de 2003 foi lançado o urbano Citmax, para chassis Mercedes e VW, o primeiro especialmente projetado para a Ciferal em sua nova fase. Com linhas modernas e equilibradas, foi desenhado para chassis com motor dianteiro e, pela primeira vez na Ciferal, teve a estrutura dimensionada com o auxílio de computação gráfica, permitindo reduzir em cerca de uma tonelada o peso total. Concebido visando a redução dos custos operacionais, o novo modelo trouxe um estilo bonito, porém simples e funcional (por exemplo, faróis redondos simples, para-brisas com menor curvatura, caixa dos degraus em fibra de vidro).
Os primeiros novos urbanos da Ciferal pós-Marcopolo chegaram a Natal em 2005. Inicialmente, a empresa Guanabara trouxe 19 veículos, montados em chassis Mercedes-Benz OF 1722. Além dela, a empresa Nossa Senhora da Conceição também aderiu ao Citmax. Uma unidade, também com chassi Mercedes-Benz OF 1722, passou a fazer parte da empresa.
Chamava atenção nos veículos a configuração alongadas que todos tinham. Outros detalhes, mudavam de acordo com as empresas: Os da Guanabara, tinham cano de escape a baixo do ônibus; o da Conceição seguia o padrão na traseira; na Guanabara, os ônibus tinham bancos de fibra e itinerário lateral grande, já na Conceição, o ônibus tinha bancada acolchoada e itinerário lateral tamanho padrão. De diferente, o modelo adquirido pela empresa Conceição também contava com uma vigia anterior à porta dianteira.
 
Citmax da Conceição: “filho único”
Também em 2005 foi a vez da empresa Viação Campos adquirir o modelo. Duas unidades passaram a fazer parte da frota da empresa. Os ônibus também tinham chassis Mercedes-Benz OF 1722, eram alongados e contavam com bancada acolchoada. Ao longo dos últimos 12 anos, eles operaram as linhas da empresa, que liga praias do litoral Sul à Natal, entre elas Pirangy do Sul, e Barra de Tabatinga. Atendendo o antigo padrão da Viação Campos, os ônibus vieram com a bancada completa, já que a empresa não usava o posto do cobrador, nem roleta.
 
Viação Campos: primeira empresa da grande Natal a ter o Citmax
Em junho de 2005 o urbano Citimax se tornou o ônibus mais vendido do país. A união da objetividade gerencial e da qualidade técnica da Marcopolo só fez fortalecer o movimento ascendente da Ciferal. 
Em 2006, uma nova remessa de Citmax foi entregue a Natal novamente para a empresa Guanabara. 15 ônibus, garantindo o restante dos 34 ônibus chegaram, contribuindo com a modernização da frota da maior empresa de transporte urbano do Estado. Houve poucas mudanças na configuração interna, em comparação com as unidades compradas no ano anterior.
Citmax 2006 da Guanabara

A grande quantidade de veículos possibilitou que, ao longo dos anos, praticamente todas as linhas operadas pela Guanabara pudessem contar com uma unidade do Citmax, seja fixo na frota, ou reserva.
De lá pra cá, além da operação comum, o Citmax teve papel de protagonista em alguns projetos da empresa. Foi personagem, por exemplo, do “Ônibus do Forró” – veículo caracterizado para as festas juninas – e também no “Trenó Urbano” – ônibus com enfeites natalinos.
 
Ônibus do Forró e Trenó Urbano: na foto junto ao ônibus, o então motorista Erimar Dantas

Entre comentários da chamada “Rádio Peão”, era um dos modelos preferido pelos motoristas.
Após a venda da Guanabara para o grupo pernambucano da Empresa Metropolitana, alguns veículos foram transferidos para a Oceano, có-irmã da Guanabara destinada a operação de linhas semi-urbanas e metropolitanas. Os veículos destinados à Oceano foram pintados, ganhando o novo padrão visual das empresas. Alguns que fizeram parte da frota da Guanabara também chegaram a mudar de pintura.
Após a venda, nova administração da Guanabara pintou os ônibus

Entre os 34 veículos adquiridos pela Guanabara há 12 anos, apenas 1 ainda circula na frota da Oceano. Os demais, da frota municipal, já deram adeus às ruas da capital potiguar.
Citmax na Oceano foram repassados da Guanabara

Os da Campos também já não trafegam mais. O primeiro veículo, de numeração 208, foi aposentado há um ano pela empresa.  Já o segundo veículo, de numeração 207, foi perdido em um incêndio no último mês de outubro, quando operava linhas quando fazia a linha Lago Azul, via Colônia, em Nísia Floresta.
Restou em operação em Natal apenas o Citmax da empresa Conceição. Ao chegar em Natal, ele tinha o prefixo 4026. Mas como desde o 2011 a empresa também faz parte de um grupo empresarial pernambucano, sua numeração foi modificada, se tornando 4525. O veículo é um dos poucos que ainda permanece com a antiga pintura do grupo – já que o grupo adotou um novo layout para os ônibus.
Citmax da Conceição continua circulando em Natal
Entre as curiosidades da geração Citmax que chega ao fim em Natal, está o fato de que nem uma empresa adquiriu ou recebeu unidades do modelo usado de outras empresas. Além disso, todos os ônibus tinham um mesmo modelo de chassi.
Embora à marca Ciferal tenha sido destinado um papel mais “plebeu”, limitado a carrocerias convencionais urbanas, básicas e sem sofisticação (como majoritariamente demanda o conservador mercado brasileiro), a qualidade de seus produtos foi reconhecida, o prestígio recuperado e o mercado ampliado. Ainda que tenha mantido em linha, ao longo de todo a década, os mesmos modelos sem alterações relevantes, sua participação no mercado nacional não cessou de crescer. Em dezembro de 2013 os modelos Citimax e Minimax foram retirados de linha e a marca Ciferal abandonada.

Geração Citmax chega ao fim em Natal
Fonte: Lexicar
Matéria – Há 62 anos, era fundada a Ciferal
Por UNIBUS RN

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