Os servidores federais da Esplanada dos Ministérios em Brasília gastam cerca de R$ 32 milhões por ano com transporte. O Governo Federal, que desde fevereiro vem usando um aplicativo de transporte, o Táxigov, vai ampliar esse serviço, e estima que esse custo vai para ser reduzido para R$ 12 milhões.
Esta meta deverá entrar em vigor a partir de fevereiro de 2018: ao invés de carros próprios, o aplicativo Táxigov, hoje utilizado por 16 órgãos em Brasília, será a única opção para quem trabalha na Esplanada e para os funcionários federais das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Com o início do aplicativo Táxigov de fevereiro até outubro, o Planejamento calcula ter reduzido até aqui seus gastos em 63%, ou R$ 1,8 milhão, com o uso do app.
O aplicativo, similar aos do Cabify, Uber e 99, manda a conta ao governo apenas do valor da corrida feita. Atualmente, para a locomoção de seu corpo de funcionários, os organismos federais ou mantém frota própria ou, geralmente o mais comum, mantém contratos de locação de veículos com motoristas terceirizados. O custo de contratos com aluguel de carros em todo o país, segundo estimativa do Ministério do Planejamento, é de R$ 700 milhões por ano, apenas para atender o poder Executivo.
A empresa de transporte que atende o aplicativo é escolhida por licitação, em contrato com duração de um ano. O critério de escolha é o maior desconto possível sobre o preço tabelado. O contrato ora em vigência em Brasília tem desconto vencedor de 14,8%, e apenas cooperativas de táxi participaram da primeira licitação.
Neste ano Brasília regulamentou apps como Uber e Cabify, que poderão concorrer na próxima licitação, mesmo critério que será aplicado quando o Táxigov chegar a Rio e São Paulo.
Segundo cálculos do Planejamento, ministérios que ainda mantém serviço com frota própria e motoristas no quadro de pessoal, o uso do aplicativo redundou numa economia maior. Foi o caso do ministério da Agricultura em Brasília, em que a economia chegou a 78%.
A meta do projeto é acabar com o setor de transportes na administração pública, cessando os gastos com manutenção, locação, seguro e combustível de carros. Isso deverá se tornar realidade para a administração direta em Brasília já no ano que vem. Na sequência será feita a expansão para outros estados. Rio e São Paulo são as próximas cidades, uma vez que têm grande número de servidores públicos.
O Táxigov só não abrange ministros e secretários, que utilizam carros próprios ou alugados pelo órgão.
APP FORNECE DADOS AO GOVERNO:
Como o aplicativo redundará no fim da frota própria, o governo federal irá apresentar em breve um plano de como isso será feito: uma parte dos veículos deve ser vendida, e outra deve ser direcionada a ações de fiscalização. Quanto aos motoristas, estes estão sendo realocados para outras funções.
O aplicativo ainda permite outro ganho ao governo, além da economia. Ele fornece informações sobre trajeto, motivo da viagem, tempo de espera, custo, além de garantir se o percurso escolhido foi o menor possível, o que garantiria que o serviço está sendo bem usado. Em resumo, o servidor terá sempre a sensação de que está sendo monitorado ao fazer uso do transporte.
As empresas de aluguel de carro questionaram o Táxigov no Tribunal de Contas da União (TCU) que, no entanto, decidiu em favor do governo federal.
O Táxigov deve seguir um calendário de implantação, que respeitará o vencimento dos contratos que os órgãos públicos têm com as empresas de locação de veículos, para evitar assim o pagamento de multas por rescisão unilateral.
Diário do Transporte