Os trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul aprovaram o sistema de compensação dos oito dias que ficaram parados em setembro por causa do incêndio que destruiu a unidade principal de plásticos, que fica na planta do bairro Ana Rech.
O galpão com os maquinários foi atingido em 3 de setembro. Apesar de a unidade ficar em Ana Rech, a produção dos ônibus em outra planta, no bairro Planalto, também foi afetada porque na área incendiada eram produzidos materiais e peças para o acabamento de todos os veículos. Apenas a produção na Ciferal Rio, em Xerém, no Rio de Janeiro, não foi prejudicada. No Rio de Janeiro são feitos ônibus urbanos.
Segundo o sindicato, em votação, 58% dos funcionários presentes em assembleia realizada nesta semana concordaram em repor 80% das horas paradas trabalhando aos sábados e outros 20% serão cobertos por meio de horas em treinamento.
Ao todo, serão cinco sábados trabalhados, sendo um em outubro, dois em novembro e dois em dezembro.
A Marcopolo diz que precisa da compensação aos finais de semana para atender à demanda maior de pedidos e teme que, se houvesse atrasos nas entregas, as empresas de ônibus reavaliassem as encomendas e fossem buscar outras produtoras.
Na unidade de plásticos, atuavam 600 trabalhadores, muitos dos quais foram realocados para outras áreas da planta de Ana Rech. Os serviços que antes eram feitos no galpão atingido passaram momentaneamente para o setor de modelagem.
Algumas empresas foram contratadas, também de forma provisória, para fornecer parte dos materiais que eram feitos na unidade incendiada. Alguns funcionários da Marcopolo estão atuando dentro destas empresas.
A Marcopolo estuda o aproveitamento da unidade da encarroçadora Neobus, também em Caxias do Sul, que se tornou integralmente da empresa em 2016, para fabricar os componentes de plástico.
Com isso, pode ser adiado o plano da Marcopolo de desativar a planta Planalto, anunciado em abril.
Diário do Transporte