População de Natal enfrenta difícil rotina de mobilidade

Foto: Magnus Nascimento
Enquanto a obra do pró-transporte não fica pronta, o dia a dia daqueles que saem da zona Norte para o outro lado da cidade permanece repleto de transtornos e engarrafamentos, especialmente nos horários de pico, como é o caso da estudante Débora Hellen. A jovem de 19 anos acorda diariamente às 4h30 da manhã para se arrumar e sair de casa, rumo ao terminal de ônibus do conjunto Soledade, na zona Norte, onde encontra a amiga Djelene Rodrigues, de 21 anos, para irem juntas à aula.

Construção de viaduto do Gancho que Igapó é outra obra complementar que ajudaria no trânsito de vias que chegam à antiga ponte “Se chegarmos depois das 5h30 da manhã, já pegamos engarrafamento”, contou Débora, que tem que pegar o primeiro ônibus do dia para chegar a seu destino, na zona Oeste, dentro do horário.
No terminal, as meninas se somam às várias pessoas que já aguardam para pegar o primeiro ônibus da manhã e se dirigir a seus afazeres. Caso cheguem mais tarde, os passageiros correm o risco de ficarem presos no engarrafamento de uma das duas pontes que ligam a maior e mais populosa zona ao resto da cidade.
A TRIBUNA DO NORTE acompanhou o trajeto que grande parte da população natalense tem que enfrentar diariamente para poder realizar atividades como trabalho e estudo. Confira:
Circuito terminal de ônibus Soledade – Alecrim
Tempo: 50 min
6h30 da manhã – Soledade
Por volta das 6h da manhã, uma quantidade considerável de pessoas já começava a se reunir no terminal de Soledade, na zona Norte da cidade. Estudantes e trabalhadores faziam fila esperando a saída de alguns dos primeiros ônibus da manhã, para não chegarem atrasados a seus respectivos compromisso. O carro da reportagem deixou o local as 6h30, junto com os ônibus.
6h30 – Ponte de Igapó
Apesar de não ter enfrentado um trânsito muito intenso no gancho de Igapó, a equipe de deparou com uma marcha mais lenta na travessia da chamada ponte velha de Igapó, causada em sua maior parte pelo grande fluxo de automóveis que passava da zona Norte da cidade para a zona Sul. No primeiro sinal após a ponte, guardas de trânsito da STTU vistoriavam o percurso, para garantir que os carros não trancassem as vias e atrapalhassem o trânsito, medida bem vinda para aqueles que estavam na pista.
06h45 – Saída da ponte, avenida 9
Após a saída da ponte, o fluxo de carros ficou consideravelmente mais tranquilo, em especial após a ponte. A maior parte do tempo gasto foi nos semáforos mas, fora isso, o trânsito transcorreu de forma normal e fluida até a avenida 9, no Alecrim, onde tornou a ficar mais lento graças ao grande fluxo de pessoas e de carros no comércio local.
Circuito Alecrim – Terminal de ônibus no Soledade
Tempo: 1 hora
Via: Ponte Newton Navarro 
18h – Alecrim
O fenômeno trânsito colaborou na noite da quarta-feira, dia 20, a reportagem levou uma hora para percorrer o trajeto de 15km entre o Alecrim (zona Leste) e o terminal de ônibus no conjunto Soledade, na zona Norte da cidade, via ponte Newton Navarro. Apesar do trânsito de médio a intenso, o tráfego fluiu sem imprevistos.  
18h30 – Ponte Newton Navarro
A faixa de contra fluxo dos ônibus urbanos adotada no fim da tarde, há cerca de dois meses, na pista inversa, desafogou o tráfego na saída da ponte na Redinha, a construção dos acessos definitivos para a ponte. As imediações do semáforo que controla o fluxo de quem vem pela ponte com quem vem de zona Norte para a Redinha (ou vai fazer o retorno) está completamente escura. Os carros contornam uma montanha de areia em pavimento que ora é asfalto, ora paralelepípedo, ora piçarro, e passam pelas obras do novo acesso à Av. Moema Tinoco.
18h45 – Norte Shopping
Trânsito de médio a pesado, mas fluindo sem atropelos. A reportagem circulou 15km com tranquilidade pelas principais avenidas, pelas avenidas João Medeiros Filho e Itapetinga.

19h – Terminal de ônibus do Conjunto Soledade
Carlos Alberto de Almeida, 58, motorista de ônibus há 35 anos, trabalha (com auxílio do cobrador) na linha 84 Soledade – Petrópolis via Ponte Newton Navarro e Av. Moema Tinoco comprova: “O trânsito está fluindo melhor depois que implantaram o contra fluxo (do viaduto em Brasília Teimosa até Rio Doce na Redinha). Quando não tinha, as viagens atrasavam, carro matava viagem. Muitos atrasos também são causados por falta de cobrador”, frisou.
Carlos informa que a “na Av. Moema Tinoco o tráfego está bem complicado. Muitos buracos, motoristas de carros menores acham que estamos trancando de propósito e ameaçam quando desviamos dos buracos. A situação está caótica”. Explicou que algumas vezes os motoristas não usam a baia do ponto “por que os carros menores não dão uma vez para voltarmos ao fluxo”.
O tempo médio da viagem na linha 84 é de 90 minutos, em dias de atraso leva 110/220 minutos. “Quando tem acidente na ponte complica mais ainda. Esse atraso já mata a próxima viagem ou fazemos uma viagem expressa, já pega o passageiro voltando, para voltar ao horário”.
Na noite da reportagem Carlos Alberto chegou às 19h05 no terminal de Soledade, disse que sairia às 19h25: “Hoje deu deu tempo para um cafezinho”. O motorista disse que quando estiver concluído a obra na Moema Tinoco “vai melhorar muito o tempo de viagem pode até diminuir”. Assegurou que não há intervenções de obras na Moema Tinoco no momento.
Tribuna do Norte

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