Ônibus elétrico prometido por Doria para julho ainda não transporta ninguém

O ônibus elétrico apresentado pelo prefeito João Doria em 14 de julho e prometido para entrar em circulação no dia 31 daquele mesmo mês, ainda não transporta nenhum passageiro. Além disso, a promessa feita na ocasião de que a cidade teria 60 unidades do modelo não poluente ainda está sem definição.

O modelo de carroceria Caio Millennium com chassis, motores e baterias feitos pela empresa chinesa BYD, instalada em Campinas, tem sido usado em demonstrações em outras companhias de ônibus fora da Capital Paulista e em feiras.
O ônibus está em fase final de autorização pelos órgãos certificadores de veículos e trânsito.
No final de agosto, durante a Transpublico, feira de mobilidade urbana, realizada em São Paulo, o modelo estava exposto e a nova promessa é que logo depois do evento, já sem as placas verdes de testes, o veículo estaria operando com as placas vermelhas, obrigatórias para veículos comerciais.
Mas na última semana, em outra feira, desta vez sobre veículos elétricos, o mesmo ônibus foi exposto ainda com as placas verdes.
No mesmo dia que Doria e equipe mostraram o ônibus para a imprensa, foi anunciada a compra de 60 veículos similares para a cidade. Também foi prometida uma estação de energia solar na garagem destes ônibus. Painéis captariam a luz do sol e a estação faria a transformação para energia elétrica que recarregaria as baterias destes ônibus.
Em 29 de julho, menos de 15 dias depois do primeiro anúncio, o prefeito em visita à sede da fabricante BYD em Shenzhen, na China, reafirmou que até o final de 2017 esta frota de 60 veículos elétricos estaria transportando os passageiros da Ambiental Transportes, empresa que liga parte da zona Leste de São Paulo ao centro e que hoje tem entre suas operações, os 200 trólebus da Capital.
Procurada pelo Diário do Transporte, a gerenciadora do sistema de ônibus da capital, SPTrans, não informou a previsão sobre a circulação do ônibus apresentado ainda sem homologação em 14 de julho, mas admitiu que não há por enquanto algo concreto sobre os 60 coletivos não poluentes.
A SPTrans informa que continuam as tratativas para inclusão de 60 ônibus elétricos no sistema municipal de transportes junto à Ambiental. – diz a íntegra da resposta.
Ainda não houve um consenso entre a prefeitura de São Paulo e a empresa de ônibus sobre a remuneração referente à operação do modelo.
Habitualmente, os ônibus elétricos são de 1,5 vez a 2 vezes mais caros que veículos do mesmo padrão a diesel. Além disso, será necessária uma estrutura para recarga de baterias para uma frota de 60 unidades.
Não foi definido ao certo o custo operacional do modelo prometido pelo prefeito.
O Diário do Transporte já havia abordado o assunto no mês passado e procurou atualizar o assunto, mas pouca coisa avançou desde então.
O atraso para o início das operações do primeiro (e ainda único) ônibus elétrico com carroceria nacional montado em Campinas para a cidade de São Paulo e as indefinições quanto à compra ocorrem no momento em que a Câmara Municipal discute a alteração de uma lei de 2009 que determina que até 2018 todos os ônibus de São Paulo não dependam mais de diesel. O cronograma estipulado não vai ser cumprido (hoje a frota de ônibus não poluentes é só de 1,4% do total de coletivos municipais). Os vereadores querem criar novas metas.
O secretário municipal de mobilidade e transportes, Sergio Avelleda, disse por várias vezes que a licitação dos serviços de ônibus de São Paulo, que está atrasada há mais de quatro anos, só vai começar a ser realizada com a alteração da lei
Diário do Transporte

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