Após atingir o fundo do poço, com três anos consecutivos de queda das vendas, o mercado de ônibus começa a vislumbrar certa melhora nos negócios. Isso porque 2017 começa a dar sinais de recuperação, ainda que muito tímida, melhorando as expectativas para 2018. Segundo o gerente executivo de vendas de ônibus da MAN Latin America, Jorge Carrer, há um cenário de evolução do mercado que vem se desenvolvendo desde abril. Segundo o executivo, o ano só começou de fato para o segmento depois do primeiro trimestre, cujas vendas ainda refletiam o momento ruim do fim do ano passado.
“Acredito que o pior já passou; 2016 é um ano para esquecer e 2017 será o primeiro ano de recuperação após três anos constantes de queda”, afirma. “Este ano será um pouco melhor que 2016. Se excluirmos o primeiro trimestre, em 2017 teríamos crescimento de 10%, mas estamos prevendo alcançar este índice só em 2018.”
Alguns fatores estão contribuindo para movimentar o mercado, que ainda amarga queda de 17% das vendas totais no acumulado até julho, para pouco mais de 6,1 mil chassis. Carrer conta que apesar da indefinição sobre a nova licitação do transporte público em São Paulo – o maior mercado do País para o segmento de ônibus urbano – algumas operadoras têm feito renovação mínima dentro do necessário.
Outras praças também vêm investindo em novos veículos, após o reajuste da tarifa para alguns municípios com a entrada das novas gestões políticas nas prefeituras. Ele cita algumas cidades da região Nordeste, como Recife e Fortaleza, e outras do Centro-Oeste, como Anápólis (GO), além de Manaus (AM) e alguns lugares de Minas Gerais.
“Ainda que não tenha sido o melhor dos mundos, conseguimos vender bem; é um bom aspecto se comparar com o início do ano”, comenta. “O segmento rodoviário teve algum movimento tímido no primeiro semestre, mas o de fretamento, que tinha desaparecido nos dois últimos anos, reapareceu neste semestre”, observa.
A empresa, que detém 19% das vendas nacionais com os ônibus Volkswagen, também projeta aumentar sua participação no mercado, mas prefere não arriscar uma meta. Para isso, a MAN já se preparou para atender necessidades específicas do segmento de chassis urbanos, que segundo Carrer, necessita de qualidade e benefícios no custo de operação, além de serviços de gestão de frota e serviços para o consumidor.
Nesse sentido, a montadora focará suas vendas nos chassis com suspensão pneumática, principal inovação dos carros-chefes do seu portfólio. A MAN mostrará em São Paulo na próxima semana durante a Transpúblico alguns chassis que apresentou no Rio de Janeiro na FetransRio, realizada em novembro passado. Entre elas, o 17.280, pela primeira vez com suspensão pneumática, além de outros modelos com piso baixo e motor traseiro.
“A realidade do ônibus brasileiro não se reflete no mercado de grandes cidades como São Paulo, por exemplo. Ainda há muito motor dianteiro por aí. No nosso caso, eles representam metade das vendas; assim como no mercado total brasileiro, ainda são 50%”, revela.
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