Funcionários cruzam os braços, e empresa de ônibus não circula no Rio de Janeiro

Os ônibus da Transportes São Silvestre, responsável por 17 linhas na cidade do Rio de Janeiro, não saíram às ruas ontem (22). A empresa atende linhas que em sua maioria fazem a ligação do Centro com a Zona Sul do Rio.

Os funcionários da empresa cruzaram os braços. Os motivos são inúmeros, e todos relacionados a questões trabalhistas: três meses sem salários, seis meses sem vale-refeição e dois anos sem depósito do FGTS. Além disso, outra reclamação ligada ao acúmulo de funções pelos motoristas, situação gerada pela demissão dos cobradores.
Os funcionários não aceitaram a proposta da São Silvestre de parcelar os salários atrasados, em cotas de 10% por mês.
A greve não é novidade neste ano na empresa. Em março os funcionários já tinham cruzado os braços por causa do atraso de salários, férias e cestas básicas.
A explicação da falta de dinheiro por parte dos patrões está centrada na crise econômica, que teria reduzido o número de passageiros, e no congelamento da tarifa, previsto no contrato de concessão.
Os consórcios de ônibus do Rio de Janeiro vêm numa queda-de-braço com a prefeitura quanto à questão do reajuste. E chegaram a entrar na Justiça para reivindicar o aumento da tarifa, alegando desequilíbrio no contrato e aumento dos custos sem a contrapartida tarifária. O pleito foi negado pelos desembargadores da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça.
Com a ausência dos ônibus, parte da população acabou desassistida. A prefeitura do Rio de Janeiro, por sua vez, alegou que não negocia isoladamente com uma empresa. A São Silvestre pertence ao Consórcio Intersul. Segundo a prefeitura, o Consórcio deve compensar a falta de ônibus e suprir os itinerários prejudicados, por obrigação contratual.
Na tarde de hoje a empresa reuniu-se com os funcionários em busca de um acordo.
Diário do Transporte

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