Governo do Estado está construindo terceira ponte sobre o Rio Potengi

Com 90% das obras concluídas, de acordo com o Departamento Estadual de Rodovias (DER), a ponte sobre o rio Potengi do acesso Sul ao Aeroporto Aluízio Alves a partir da BR-304, em Macaíba, aguarda pelos serviços de concretagem da lage para fechar os encontros e ser concluída. A equipe da TRIBUNA DO NORTE esteve no local do acesso, que ainda apresenta grande parte da estrada não asfaltada, tendo que trafegar por um caminho de barro para ter acesso a ponte. Iniciadas há um ano, a obra, que engloba além da ponte cerca de 25km de vias em pista dupla tanto dos acessos Norte como Sul, está orçada em R$ 76 milhões, valor que ainda não foi modificado desde o início das obras, mas que poderá chegar a R$ 90 milhões. Questionados sobre a ausência de trabalhadores no local, o DER informou que as chuvas fortes das últimas semanas impediram os serviços de terraplanagem e pavimentação, que de acordo com eles terão continuidade tão longo as chuvas cheguem ao fim. A previsão é que as obras sejam retomadas em Agosto, faltando ainda cerca de 90 dias para a conclusão dos trabalhos no local, prazo 30 dias maior do que o informado à equipe de reportagem no começo deste mês.

Magnus Nascimento/Tribuna do Norte

Apesar de terem sido iniciadas há um ano, o serviço de construção do acesso Sul do Aeroporto foi assinado pela ex-governadora Rosalba Ciarlini 5 anos atrás, em 2013. A expectativa inicial era que as obras ficassem prontas para a Copa do Mundo, mas apenas o Acesso Norte foi entregue a tempo. Ainda em 2016, a conclusão dos acessos ao Aeroporto foram uma das condições colocadas pela Latam para manter Natal como candidata a receber o HUB de conexões de voos e cargas no Nordeste.

Situação das pontes sobre o Potengi

Ponte do Acesso Sul
Atualmente as obras da ponte sobre o rio Potengi que vai fazer parte do Acesso Sul ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves encontram-se paradas em função das chuvas na capital. Após a retomada do projeto, prevista para Agosto, 90 dias devem se passar até que as obras sejam concluídas e a ponte seja entregue para uso da população. A ideia é que o local facilite o acesso ao Aeroporto através da cidade de Macaíba, via BR-304. As obras, que estão em sua fase final, são de responsabilidade do Departamento Estadual de Rodovias, que afirmaram que restam apenas o serviço de concretagem da lage para fechar os encontros e finalizar o serviço.

Alex Régis/Tribuna do Norte

Ponte Newton Navarro
A principal demanda para o local é a instalação das defensas, para as quais a Secretaria de Infraestrutura aguarda repasses do Governo Federal por falta de recursos próprios para realizar a instalação. Os estaios da Ponte já passaram por três monitoramentos e está em andamento um processo para realização do quarto. Além disso, ela passou por duas inspeções, em 2008 e 2009. Em 2013, o Governo realizou o serviço de manutenção dos parafusos e das bainhas de proteção dos estais que estavam em processo de corrosão. Desde a última quintafeira (13) a Prefeitura instalou o contra-fluxo para transporte público na ponte, a fim de tentar reduzir os problemas com engarrafamentos do local nos horários de picos. O sistema deverá ser testado pelos próximos 70 dias e deverá reduzir o tempo de viagem das 9 linhas de ônibus que fazem mais de 300 viagens pelo local diariamente.

Magnus Nascimento/Tribuna do Norte

Ponte Presidente Costa e Silva (Igapó)
Construída na década de 70, há vários anos a ponte já apresenta sinais visíveis de desgaste em sua estrutura. Ela necessita de reformas estruturais de modo geral, tanto na parte metálica quando nos pilares de sustentação. Apesar disso, avaliações apontam que a ponte não se encontra em estado crítico. Por isso, a reforma não é considerada uma pauta de urgência pelo DNIT. O Departamento espera que entre o final deste ano e o começo de 2018 uma nova licitação seja lançada e ela não seja deserta, como a última, feita em 2013. A última manutenção estrutural da ponte, que recebe um fluxo diário de 26 mil veículos, foi feita nos anos 1990.

Magnus Nascimento/Tribuna do Norte

Ponte dos Ingleses
Da original ponte de Igapó, construída há mais de 100 anos, resta apenas o esqueleto. O projeto, parte do cenário urbano e histórico de Natal, foi construído pelos ingleses e desativado nos anos 1970, após a construção da ponte de concreto. Tombada em 1992 pelo Patrimônio Histórico Estadual, a ponte havia sido previamente vendida a um empresário particular como sucata. Desmontada parte considerável de sua estrutura, constatou-se que a retirada do resto do metal não seria vantajoso para o empresário, e o local permanece abandonado até hoje. De acordo com o arquiteto Paulo Eider, que acompanhou a situação junto a Fundação José Augusto, não seria “viável” recuperar a ponte em função da quantidade que já foi retirada, e seu esqueleto provavelmente vai “permanecer em constante deterioração no local”.

Cada ponte com seus problemas

Se ao longo da história grandes cidades foram nascendo às margens de rios, foram as pontes que possibilitaram sua expansão para além de suas margens. Em Natal, não foi diferente: se a origem da capital potiguar se deu entre Cidade Alta e Ribeira, na zona Leste, é do outro lado do rio Potengi que se encontra a maior de suas quatro zonas administrativas, a zona Norte. Atualmente, as margens do rio Potengi são ligadas pelas pontes Newton Navarro e a ponte Presidente Costa e Silva, conhecida popularmente como ponte de Igapó. Ao lado dessa, descansa o esqueleto da “Ponte dos Ingleses”, que há mais de cem anos era a passagem que ligava as zonas da cidade.

Além do aspecto funcional, as pontes trazem consigo parte da história de expansão e crescimento de Natal e de sua zona metropolitana. Com a chegada do Aeroporto Internacional Aluízio Alves em São Gonçalo do Amarante, o acesso Sul do Aeroporto deverá ganhar nos próximos meses uma nova ponte sobre o rio Potengi, a terceira, que pretende facilitar o acesso da população ao aeroporto por Macaíba. Antigas ou novas, no entanto, todas as pontes da capital potiguar necessitam de fiscalização constante e manutenção, tanto para comportar o grande fluxo de automóveis que as cruza diariamente como para garantir segurança a pedestres e ciclistas que transitam na área.
A ponte de Igapó é um exemplo disso: aguardando uma licitação para realizar receber reformas e reestruturação desde 2012, a ponte, que recebe diariamente um fluxo de cerca de 26 mil carros, permanece sem data para receber as obras, que vão desde a substituição da parte metálica que está corroída até os pilares responsáveis pela sustentação da ponte. Os inspetores oficiais do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), que detém a responsabilidade sobre o local, dizem que a ponte, construída na década de 1970, ainda não se encontra em um estado considerado “crítico”, apesar de precisar de reformas. De acordo com Antônio Willy Vale Saldanha Filho, superintendente do órgão, não houve mudanças significativas na deterioração da ponte entre 2012 e 2015, quando foram feitos os últimos estudos “Não há urgência para realizar reformas na ponte, porque sua estrutura ainda é considerada boa. No entanto, pretendemos lançar uma licitação para o fim deste ano ou, no mais tardar, o começo do ano que vem”, disse. Essa será a quarta licitação lançada pelo órgão a fim de tentar realizar a reforma da ponte. Entre 2012 e 2013, três licitações foram lançadas, mas nenhuma obteve sucesso: nas duas primeiras, o valor colocado pelas empresas que se candidataram era muito superior aos cerca de R$ 11,8 milhões disponibilizados para as obras. Já na terceira licitação, nenhuma empresa sequer se candidatou.
O monitoramento permanente, no entanto, ainda é uma dificuldade não apenas para o DNIT, mas para outros órgãos responsáveis pelas pontes da cidade, como é o caso da ponte Newton Navarro. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN), responsável pela ponte, há necessidade de contratar um serviço de uma empresa que realize o monitoramento dos estais da Ponte “até que as tensões deles se estabilizem”. Apesar de parte visível da estrutura apresentar sinais de corrosão, a SIN afirma que ela não apresenta riscos iminentes ou urgentes nesse sentido.
Assim, a instalação de defensas permanece sendo a principal demanda para o local. De acordo com a SIN, “não há recursos para licitar o serviço”, necessário para garantir dos transeuntes. A Secretaria afirma que aguarda uma liberação de recursos do Governo Federal para realizar o processo licitatório, que deverá se realizado pela Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern). Inaugurada em 2009, a ponte foi construída no intuito de “desafogar” o fluxo cada vez maior da ponte de Igapó e aumentar o fluxo de turistas para as praias do litoral Norte do Estado.
Tribuna do Norte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo