Busscar pode ser vendida e voltar a fabricar na metade de 2017

A encarroçadora de ônibus Busscar, que teve falência decretada pela primeira vez em 2012, pode voltar a produzir na segunda metade de 2017.
No final de outubro, um grupo de investidores ofereceu à Justiça uma proposta para arrematar as três unidades fabris: a planta de carrocerias em Joinville, a unidade de Piraberaba, e unidade de Rio Negrinho, com a fábrica de peças.

Para não atrapalhar o andamento do processo, a justiça não divulgou oficialmente o nome dos integrantes do grupo de investidores.
O Diário do Transporte teve acesso à decisão do juiz Walter Santin Júnior, da 5ª Vara Cível de Joinville, responsável pelo processo de falência da Busscar, que estipula as condições para o pagamento. A proposta ainda será analisada. A decisão sobre as condições de análise foi publicada no Diário da Justiça do Poder Judiciário de Santa Catarina.
De acordo com o juiz, só será aceita oferta de quantia igual ou superior a 49% do valor da avaliação (R$ 133.151.088,11).
E desta vez, a Busscar deve ser vendida de fato. Isso porque, a decisão deixa claro que, mesmo se houver nova proposta, a venda vai se concretizar, ou por leilão ou escolha do melhor valor.
“… havendo contraproposta em valor superior ou mais vantajosa para os credores será designado leilão simultaneamente eletrônico e pessoal e não havendo licitantes será homologada a melhor oferta constante nos autos que, assim, vincula o proponente ao seu fiel e integral cumprimento”
Além disso, de acordo com a decisão, oferecer proposta, ser selecionado e desistir pode custar caro: “Logo, em caso de desistência, fica estipulada a multa de 20% sobre o valor da proposta;”
O jornalista Claúdio Loetz apurou que um grupo de investidores ofereceu R$ 67,15 milhões pelas três unidades fabris da Busscar, valor compatível aos 49% da avalição exigidos pela Justiça.
A compra se daria em 52 parcelas: entrada de 14%, o que equivale a R$ 9,4 milhões, e o restante, R$ 57,74 milhões corrigidos por índice determinado pelo Tribunal de Justiça.
Neste aspecto, a proposta também é compatível com a exigência judicial à qual o Diário do Transporte teve acesso: “em caso de oferta em pagamento parcelado, as prestações deverão ser corrigidas pelos índices fixados pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina”
O grupo pretende investir ao menos R$ 100 milhões na fábrica e começar a produzir ônibus em meados de 2017. No mês de outubro, ao menos dez interessados visitaram as fábricas da Busscar, mas apenas um grupo investidor se interessou por toda a operação.
Caso as três fábricas e as peças fossem vendidas separadamente, o valor arrecadado seria menor que os R$ 67,15 milhões propostos por este grupo.
Uma das propostas negada foi de uma empresa imobiliária que ofereceu R$ 30 milhões apenas pelas instalações da fábrica de Joinville.

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