Paralelamente à licitação do transporte público, a Prefeitura também vai anunciar na próxima semana mudanças na bilhetagem eletrônica. A principal delas é a transferência da gestão do sistema, hoje operado pelo Seturn (Sindicato das Empresas de Transporte Urbanno de Passageiros de Natal), para o Executivo municipal.
Segundo Elequicina Santos, a integração do sistema de bilhetagem entre Natal e os municípios da região Metropolitana não está prevista no documento. “Não podemos. Como é que se pode mandar na casa do outro. Isso é competência do Estado. Nós temos todo o interesse, tanto que na nossa licitação deixamos o protocolo aberto para que o sistema possa receber isso (a integração), porém, infelizmente não temos anuência do Governo do Estado. Estamos hoje com o fórum dos secretários da região Metropolitana e estamos retirando alguns problemas que é possível resolver entre a gente. Mas na hora da fazer uma integração, quem gerencia isso é o Estado (através do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens”, disse ela.
Elequicina citou os modelos adotados nas regiões metropolitanas de Curitiba, no Paraná, e em Goiânia, no estado de Goiás, como possibilidades de modelos a serem adotados no RN. Porém, a secretária reforçou que é preciso a anuência do Executivo Estadual para que um projeto deste porte saia do papel. “Começamos um trabalho de formiguinha, que é ver como fazer com os secretários das demais cidades como integrar o transporte dentro da região Metropolitana. É bom para o usuário, bom para a cidade de Natal, uma vez que conseguiríamos eliminar um número grande de veículos aqui dentro, além da facilidade para quem vem das demais cidades de circular aqui, sem precisar pagar duas passagens”, afirmou.
A titular da STTU que com a bilhetagem eletrônica, toda a gestão operacional do sistema vai passar para a Prefeitura. “Hoje quem faz isso é o Seturn, que bancou a bilhetagem. Eles atualmente têm a chave do sistema. Com a lei e a licitação, o município vai implementar o seu sistema e assumi o controle da bilhetagem. As empresas que ganharem a licitação do transporte sabem que vão ter que se adequar a isso”, disse a secretária.
Para Nilson Queiroga, diretor do Seturn, a atual gestão do sistema de bilhetagem eletrônica tem atendido às necessidades do usuário. “Se existe algo que funciona, atendendo uma quantidade enorme de pessoas e quase sem reclamações, é a Natal Card. São cerca de 150 pessoas especializadas. Esse modelo pretendido pelo Executivo não é visto em nenhuma outra cidade do país”, afirmou ele, que disse ainda que a receita da venda de passagens é o que sustenta as empresas que atuam no setor. “Do ponto de vista empresarial, essa mudança não é atrativa”, completou ele.
Fonte: Tribuna do Norte