Ar Condicionado. Item antes de luxo, hoje obrigatório em ônibus, residências, empresas, entidades e órgãos públicos. Ele é essencial para o conforto térmico e aumento de produtividade. Mas dimensioná-lo corretamente trará, além de eficiência, conforto adequado para uma grande quantidade de usuários, trabalhadores e economia para empresas. Além disso, deve-se notar que há novas tecnologias para o equipamento, visando à elevação da eficiência energética do sistema, o que acarreta em redução do consumo de energia elétrica e consequentemente reduz também o consumo de combustível, se aplicado em ônibus ou veículos automotores diversos.
Fortaleza é a primeira capital do Brasil a efetivar obrigatoriedade de ar condicionado em ônibus urbanos novos. Tal obrigatoriedade foi fruto de acordo entre a ETUFOR e SINDIÔNIBUS, em que um ofereceu contrapartida a outro, visando ao conforto térmico para passageiros e motoristas. No entanto, para que o uso seja de forma eficiente e consequentemente, ocorra mínimos impactos negativos, há diversas variáveis técnicas para garantir a integridade do sistema de ar condicionado e então, maximizar o conforto térmico do aparelho que é cada dia mais usado por todos nós.
Para aplicações urbanas, devido a elevada frequência de abertura e fechamento de portas, dá-se necessário a instalação de “cortinas de ar”, para que o jato de ar minimiza qualquer interferência térmica com o exterior e consequentemente, trocas térmicas indesejáveis, visando à integridade do sistema. A ausência do dispositivo fará com que o compressor passe a trabalhar mais, para tentar manter o ar refrigerado dentro do veículo. Pode parecer meio obvio isso, mas a cortina de ar auxilia na eficiência do ar condicionado, para veículos urbanos. Além disso, objetivando maior conforto térmico e integridade do sistema, fabricantes instalam ar condicionado, em urbano, capacidade elevada, mas condizente com a capacidade do motor, devido as consideráveis trocas térmicas diretas, por conta das constantes paradas que um ônibus urbano faz.
E o trocador de calor, aquela tubulação que percorre o fluido refrigerante? Essa é a parte que troca calor com o exterior (condensação) e faz com que ventiladores internos “joguem” ar, já refrigerado, para o interior (evaporação). Dependendo da capacidade do compressor do ar condicionado e da aplicação do motor do veículo, essa troca de calor e geração do ar refrigerado poderá ser ineficaz, pondo em risco a integridade do sistema. Um exemplo claro é o uso de motor de urbano, com o condicionador de ar instalado, fazendo percurso rodoviário de longas distâncias. Com a considerável variação de temperatura externa, o ar condicionado será ineficaz, consequentemente, os passageiros terão a sensação de que ele esteja “apenas ventilando”, que na verdade o sistema pode estar operando em máxima capacidade, mas gerando ar refrigerado insuficientemente, devido limitações construtivas, devido ao porte do motor. Por isso, não basta apenas adquirir veículos com ar condicionado. É necessário também conhecer o motor do veículo e saber qual aplicação o veículo terá.
Assim para instalações comerciais e residenciais, ar condicionado para ônibus também tem recebido atenção nas pesquisas, para elevar eficiência energética. Uma dessas possibilidades é o uso de mecanismos para garantir, pelo menos partida suave, pois ela atenua efeitos negativos da partida do compressor, pois tais correntes elétricas para partidas podem chegar até 600% do valor operacional, o que por si só, é um valor absurdo e se permanecer assim por longo período, poderá até danificar o ar condicionado. Portanto, mecanismos para suavizar partidas (ou soft-starter) impede a ocorrência desse problema e felizmente, muitos ônibus com ar condicionado tem adotado essa tecnologia, para minimizar perdas energéticas e consequentemente, de combustível.
Há também uma tecnologia bem melhor do que uso de soft-starter! É aquela em que a temperatura interna mantém fixa, mas o compressor varia a velocidade, visando a manutenção da temperatura. E obviamente, o compressor parte bem suave. Chama-se Inverter e tanto a partida quanto a operação é controlada, a partir de inversores de frequência (embora muitos motores de compressor são DC Brushless, ou sem escova).
Apesar de ser pouco usado no Brasil (devido ao elevado custo inicial), o ar condicionado DC Inverter para ônibus representa um ganho em médio prazo, pois o valor investido é amortecido com economia de combustível, devido elevada eficiência energética e múltiplos controles para manter conforto de passageiros. Além disso, seja para aplicações comerciais ou transporte de passageiros, diversos pesquisadores vem sendo encorajados a analisar os benefícios proporcionados pelos ar condicionado Inverter e incrementar mais tecnologias em ar condicionados eficientes, visando ao aumento da eficiência energética.