Defendido pela maioria dos candidatos à Prefeitura de Fortaleza na corrida eleitoral, o Passe Livre para usuários do transporte coletivo custaria, pelo menos, R$ 72 milhões por ano aos cofres públicos. Segundo o empresário especialista do setor de transporte e diretor-executivo do Grupo Guanabara, Paulo Porto, essa conta pode chegar a R$ 80 milhões.
Em entrevista, Porto afirma que em torno de 20% dos pagantes de transporte público são estudantes. Os valores apontados pelo empresário se referem apenas ao número de pessoas que usam o transporte atualmente, sem projeção de crescimento.
“Na hora que houver gratuidade, é evidente que há uma tendência de que se use mais do que se usa hoje. Estudantes que hoje não podem, passarão a utilizar”, disse. “Isso vai gerar mais demanda. Haverá necessidade de mais investimentos, mais oferta”.
Paulo Porto diz ainda que há duas formas de pagar a conta. A primeira seria por meio do orçamento municipal, com dinheiro pago pela própria sociedade. A segunda forma seria o chamado subsídio cruzado. “A (passagem) inteira é mais cara por causa meia. Quem financia a meia, quando não é subsidiado do orçamento, é (quem paga) a inteira”.
O especialista em transporte público Mário Ângelo Azevedo acredita que a implementação de Passe Livre para algumas categorias é viável. De acordo com ele, só é “difícil implantar no começo da gestão” porque ainda não se tem dimensão, em números, de quantos seriam beneficiados. “Provavelmente não vai caber nos ônibus, porque todos os beneficiados iriam pegar”, diz o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Com informações: O Povo