Adriano Abreu/TN |
O professor de Engenharia Civil e doutor em Economia de Transportes, Rubens Eugênio Barreto Ramos criticou as obras de construção de um viaduto e a adequação de vias marginais para tráfego, iniciadas ontem no trecho da BR-101 em Neopolis, na zona Sul de Natal. Para o professor, a construção dos viadutos, é “um erro de Engenharia Rodoviária”.
O especialista reclamou da “falta de debate” com a academia e sociedade natalense, para definição dos projetos. Rubens Eugênio ressaltou que as obras podem “destruir a beleza da principal entrada de Natal”. O professor também explicou que a falta de um estudo de impacto econômico no local, e um estudo do impacto de vizinhança, vão gerar prejuízos no futuro.
“[As obras] Vão afetar negativamente o valor imobiliário do seu entorno e inibir o desenvolvimento futuro; vão inviabilizar uma futura alternativa de trem/bonde/VLT no canteiro central da BR; inviabilizam uma ciclovia moderna na pista principal. Elas são economicamente inviáveis pois produzem aumento de consumo de combustível, e existem alternativas muito melhores. Pelo menos duas obras essenciais à Natal deixam de ser realizadas – a melhoria do túnel da avenida das Alagoas e um viaduto no entroncamento da BR-101 com o prolongamento da Prudente de Morais. Em Parnamirim, os viadutos do Dnit vão conter o desenvolvimento da região da cidade onde vão ser instalados”, disse o professor.
Segundo Rubens Ramos, a construção do viaduto de Neópolis vai produzir prejuízo anual da ordem de R$ 1 milhão por ano em aumento de combustível.
“Sendo conservador e assumindo que o atual volume de tráfego vá se manter, serão R$ 10 milhões em 10 anos, R$ 30 milhões em 30 anos. Pelo orçamento da obra, esse viaduto vai custar cerca de R$ 6,6 milhões no valor inicial de 2013, R$ 8,4 milhões em valor atualizado pelo IPCA como dispõe o contrato. Restaria ver se esse gasto associado ao gasto anual adicional compensam a obra”, afirmou o especialista.
Fonte: Tribuna do Norte