A Federação dos Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte (FCDL/RN) denunciou ao Ministério Público Estadual a empresa Leroy Merlin, que financiou obras de mobilidade no entorno da loja a ser aberta no final de setembro às margens da BR-101, no bairro de Nova Parnamirim, entre Parnamirim e Natal. As intervenções, conforme apontado pela FCDL em questionamento enviado ao MPRN, semana passada, teriam custado R$ 4,5 milhões para, supostamente, facilitar o acesso à multinacional francesa. A própria FCDL reconhece que a Prefeitura de Parnamirim autorizou os serviços, mas que “deixa implícito que a iniciativa que beneficia o grupo francês cria um cenário de concorrência desleal”.
O diretor regional da Leroy Merlin, Jolair Souza, disse no início da noite de ontem que a empresa não havia sido notificada sobre o assunto e reagiu com surpresa ao saber da denúncia. “Eu estou tranquilo, porque o projeto não é nosso. É da Prefeitura de Parnamirim e do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes]. Todo o projeto foi apresentado pelo DNIT e antes da empresa comprar o terreno, ele já existia. Nós fizemos tudo com o aval da Prefeitura de Parnamirim e do DNIT, que tem todos os documentos de liberação da obra. Se o projeto fosse do jeito que a empresa queria, o portão de acesso seria na frente e não na lateral. A gente custeou uma coisa que não era obrigação nossa e eu não entendo porque a FCDL está achando ruim”, enalteceu.
As maiores mudanças no trânsito são no retorno da BR-101 Sul, nas proximidades da avenida Maria Dolores Costa/Maria Lacerda Montenegro, que passou a ser feito pela marginal a partir da avenida Dão Silveira. Também houve mudanças no sentido do fluxo de algumas vias. A denúncia da FCDL foi protocolada através do Ofício nº 06/2016, destinado à Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Parnamirim.
A Federação questiona se é possível a alteração no trânsito, para atender interesses privados, quais os requisitos para se fazer uma intervenção de tal porte e se as mesmas foram submetidas a Relatório de Impacto Urbano de Trânsito (RITUR). A entidade sugere que a falta de parâmetros termina por criar condições de concorrência mais vantajosas para uma empresa, em detrimento das demais. Com investimentos de R$ 105 milhões, o grupo francês de varejo de material de construção, Leroy Merlin, abre sua primeira loja em Natal no final de setembro.
Foto: Adriano Abreu (Tribuna do Norte)
Fonte: Tribuna do Norte