Com aprovação de 68% dos seus mais de 6 mil trabalhadores das duas unidades de Caxias do Sul, a Marcopolo adotará flexibilização de jornada nos meses de março a maio. Após o retorno às atividades, pois haverá férias coletivas no período de 16 a 25 de fevereiro, cada semana deverá ter um dia a menos de trabalho.
Os trabalhadores também aprovaram a proposta de não trabalhar os últimos dois dias úteis de fevereiro – 26 e 27.
Os dias não trabalhados de março a maio não serão descontados dos salários dos funcionários.
A compensação, de acordo com a proposta da empresa, se dará até outubro do próximo ano. Já os dois últimos dias úteis de fevereiro serão descontados dos salários de março e maio. A medida integra conjunto de ações da fabricante de carrocerias de ônibus para evitar demissões diante da forte retração do mercado.
Além da Marcopolo, outras empresas adotaram férias coletivas combinadas com feriados prolongados. A Guerra, fabricante de implementos rodoviários, colocou 490 funcionários em férias coletivas ao longo de fevereiro. A Agrale terá uma semana de paralisação, de 16 a 20 de fevereiro, mas o sindicato dos metalúrgicos recebeu informação de que a empresa deverá propor redução de jornada na sequência.
As Empresas Randon também não trabalharão na semana do Carnaval e no dia 27 de fevereiro. A Neobus, outra grande empresa do segmento de ônibus, continuará operando na semana do Carnaval para atender pedidos em carteira. No entanto, deve propor medidas para março. Ainda há indicações de paradas em outras empresas, como Intral, Madal e Eaton.
O segmento brasileiro de ônibus fechou o ano passado com volumes de produção em queda de 14,5%. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) indicam que foram montadas 27.967 carrocerias, das quais 43% tiveram origem no Rio Grande do Sul, um ponto abaixo do consolidado em 2013. A Marcopolo registrou recuo de 17%, para 6.047 ônibus – no número não estão incluídos as veículos produzidos pela Volare; a Neobus, de 23%, para 2.916 unidades; e Comil, de Erechim, de 7%, para 3.107 ônibus.
O setor de implementos rodoviários, por sua vez, fechou o ano passado com recuo superior a 10% em relação a 2013, com destaque para a queda de 19% na linha de veículos rebocados, equipamentos de maior valor agregado e com aproximadamente 40% da produção nacional concentrada em Caxias do Sul. Janeiro foi ainda pior. A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários apurou declínio de 34% nas vendas internas, sendo que veículos rebocados apresentaram tombo de 54%, somando 2.220 unidades. Na linha de carrocerias sobre chassis, o mercado recuou 22%, para 6.072 unidades.
Na soma dos dois segmentos foram emplacados 8.292 produtos. “Esse primeiro resultado, mesmo que registrado em período tão curto, sinaliza, diante do atual cenário da economia em geral e de crédito para o setor, que este ano poderá ser mais um período difícil para a indústria de implementos rodoviários”, definiu Alcides Braga, presidente da entidade. Sua expectativa é para uma queda de 5% a 10%.
Fonte: Blog do Caminhoneiro