Em razão da abertura da nova estação de transferência em frente ao hipermercado Carrefour, na BR 101, o ponto de ônibus que ficava ao lado foi removido para cerca de 400 metros antes. Agora, as treze linhas devem parar em frente a uma concessionária de automóveis (América Ford).
Logo nos primeiros dias, a população já passou por um aperto. A parada modulada que fica em frente à loja de carros é bem menor que a sua antecessora, mas o intenso fluxo de pessoas é o mesmo. Como a manhã da sexta-feira teve pancadas de chuvas na zona Sul da cidade, os passageiros tiveram que se apertar para não se molhar enquanto esperavam o seu ônibus.
“Proteção a gente não tem nenhuma”, reclamou a vendedora autônoma Damiana Maria Fernandes de Araújo quando começou a chover. Como ela mora por trás do Natal Shopping, para ela a distância para chegar até a parada é equivalente, só mudou o sentido no qual tem que caminhar até chegar ao ponto.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU), não haverá grandes diferenças para que o passageiro chegue até o novo. Isso porque boa parte das pessoas parte da passarela ou do estabelecimento comercial para se deslocar até a parada. Como o ponto antigo e o novo ponto estão à mesma distância (cerca de 200 metros) do shopping não haverá mais problemas de deslocamento a pé dos passageiros.
A vendedora, que usa ônibus até três vezes por semana para entregar produtos em domicílio, acredita que a nova estação de transferência representa uma melhoria para o sistema de transporte coletivo da cidade. Mas ainda há o que ser feito para ser considerado bom. “Pelo que eu já vi por fora, vai ser bom. Vai ter melhoria mesmo para a população. Mas tem que fazer mais no centro da cidade, na Ribeira. Tem que ter mais”, sugere.
O novo local da parada também preocupa o estudante do ensino médio Guilherme Seabra. Ele acredita que o novo ponto de ônibus só terá mesmo o movimento de passageiros, o que deixa os usuários mais vulneráveis quanto a sua segurança. “Lá também era bem mais movimentado do que aqui durante a noite. E quando chove aqui fica complicado”, disse Guilherme que levou algumas gotas de chuvas antes de seu ônibus passar.
O fiscal de transporte alternativo Eduardo Henrique Lacerda só possui o abrigo como ponto de apoio para seu trabalho. Com um espaço menor, ele também teve que se espremer para não levar chuva. “Colocaram todas essas pessoas numa parada de três metros de cobertura. Lá [na estação de transferência] gastaram R$ 1, 250 milhão para construir, porque não podem gastar R$ 50 mil numa parada melhor aqui?”, questionou. Mas a sua avaliação geral sobre a implantação das novas estações de transferência é positiva. “Creio que vai melhorar, a população vai ser beneficiada quando tudo estiver funcionando”, avaliou.
Conforme o secretário adjunto de Transportes de Natal, Clodoaldo Trindade, a secretaria pretende deslocar também o abrigo da frente do Carrefour para substituir o abrigo modular do novo ponto.
Fonte e foto: Jornal de Hoje
