SP: Viagens não realizadas rendem até R$ 1 milhão a empresas de ônibus

As empresas de ônibus contratadas pela Prefeitura de São Paulo estão economizando cerca de R$ 1 milhão por dia com viagens não realizadas no município, segundo auditoria encomendada pela própria administração.
O valor, que poderia chegar a R$ 30,8 milhões mensais ou R$ 369,6 milhões em um ano, é referente às partidas programadas que não são cumpridas. Segundo estudo da empresa Ernst&Young (EY), 10,5% das viagens programadas não foram realizadas.
A pesquisa foi pela feita pela EY em uma semana sem “problemas climáticos ou manifestações”. Publicado no site da Prefeitura, o relatório informa também que, caso a Prefeitura aplicasse multas por esse descumprimento, o valor chegaria a R$ 36 milhões.
Entenda: O repasse do município para as empresas é pago em relação ao número de passageiros transportados. Porém, as empresas estariam mandando menos ônibus para as ruas do que o estipulado. Ou seja, as empresas estão transportando os passageiros que deveriam transportar, mas em número menor de coletivos e de viagens.
No caso de uma linha que deve transportar mil passageiros em dez ônibus, por exemplo, as viagens estariam sendo feitas em nove. Assim, em vez de transportar 100 passageiros por coletivo, a empresa estaria levando 111. Esse ônibus que não sai da garagem, e deixa os outros nove mais cheios, garante economia de combustível, manutenção e pagamento de motorista e cobrador.
Outras irregularidades: A auditoria apontou também problemas na frota de ônibus e nas garagens. A EY verificou a ausência de 20,9% dos 37 itens de qualidade que deveriam estar nos coletivos conforme contrato. Metade dos ônibus não tinha triângulo de segurança, por exemplo. Já nas garagens, as irregularidades foram encontradas em 8% dos itens verificados.
Na questão da aplicação de multas por descumprimentos dos contratos, 10% delas estariam sendo canceladas por serem realizadas de forma manual. Com processo de digitalização lento, a EY apontou que todas as multas que acabaram canceladas não foram pagas por erro ou rasura no preenchimento.
A Prefeitura informou que a auditoria vai servir de base para elaborar um novo edital de concessão do sistema de ônibus, e que vai tomar as providências necessárias e cobrar multa por viagens não feitas.
Fonte: G1

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