O ônibus do futuro ainda longe do ponto?

O futuro do ônibus urbano no Brasil ainda é uma incógnita em termos de modernização e equilíbrio ambiental. Apesar de termos uma das melhores indústria do mundo, com conhecimento de causa e experiência capazes de promover um modal avançado, seja na questão tração, como nos elementos estruturais do veículo, ainda exploramos muito pouco a tecnologia embarcada e as alternativas energéticas. Se fizermos uma análise fria, veremos que a diversidade das operações, a ausência de fomento ao transporte público e a questão econômica são os principais aspectos determinantes para que não haja tal estímulo à sua modernização.
O ônibus é essencial para a mobilidade das médias e grandes cidades brasileiras, mas não é tratado com devida atenção. Seus serviços, em muitos casos, são relegados à um segundo plano. É dependente do humor dos administradores públicos urbanos que não se preocupam em valorizá-lo e ao mesmo tempo promover um desenvolvimento sustentável nas cidades. Durante o painel Ônibus do Futuro, realizado no 23º Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, a preocupação foi mostrar como está seu estágio de evolução em outros países, mais precisamente, no mercado europeu.
Sem querer fazer comparações entre os aspectos de modernidade e operação (não cabe aqui isso) no Brasil e Europa, lá é inquietante o objetivo de constantes melhorias ao veículo e seu uso, favorecendo o passageiro e o ambiente urbano. Tem-se, por exemplo, o projeto EBSF – Sistema Europeu do Ônibus do Futuro, que congrega uma série de itens estabelecidos para melhorar a operação, o uso e a configuração estrutural do veículo. Para Eleonora Pazos, coordenadora da Divisão América Latina da União Internacional de Transporte Público (UITP), a qualificação dos serviços visa a satisfação dos usuários dos sistemas de transporte público e da sociedade.
Se o Brasil terá algo semelhante, Pazos respondeu que a participação governamental na iniciativa é fundamental e que para se alcançar a qualificação do transporte feito pelo ônibus é necessário investimentos que não serão cobertos apenas pelo valor da tarifa. A participação dos fabricantes do veículo, poder público e operadores deve ser levada em consideração para que tenhamos tal evolução. Mas a proposta para um projeto igual esbarra na falta do financiamento.
Nesse contexto de evolução, conseguimos avançar alguma coisa nos últimos anos, como é o caso do desenvolvimento do uso dos combustíveis verdes na matriz energética do ônibus. Isso torna o Brasil um exemplo nas questões ambientais, entretanto, o custo operacional ainda pesa na iniciativa. Resta bastante coisa se quisermos mesmo melhorar. Estaria o futuro muito longe do ponto?
Fonte e foto: Revista Autobus

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