Conclusão das obras do viaduto do baldo só em 2015

As obras de reestruturação do viaduto do Baldo, interditado há dois anos, não devem ficar prontas no final de dezembro, como consta no contrato entre a Prefeitura de Natal e a empresa responsável pela execução do projeto, a BMB Construções. O secretário adjunto da Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), Caio Múcio Pascoal, afirmou ontem que a pasta ainda  está trabalhando para que o prazo seja alcançado. No entanto, o diretor da construtora, João Carlos Aranha, adiantou que a empresa já estuda o pedido de um novo prazo para a finalização dos serviços.
Caso seja confirmada a dilação do prazo, a população poderá esperar mais alguns meses para poder voltar a acessar os viadutos interditados, de acordo com o engenheiro João Aranha, que informou que provavelmente a nova data para o término da obra será no final de fevereiro de 2015.
Ele atribuiu o atraso à realização de alguns serviços que não estavam previstos no contrato inicial. “São serviços que só podem ser identificados no transcorrer da obra e é natural que isso aconteça”, declarou.
Desde quando foi retomada a construção, em maio desse ano, até hoje, a BMB executou cerca de 95% da obra do canal do viaduto. Já o percentual de execução da reestruturação do viaduto em si ainda está em 30%. Do serviço de reestruturação fazem parte o recobrimento de três dos pilares deteriorados, as trocas de partes enferrujadas de algumas vigas na laje do viaduto, a recolocação das juntas de dilatação que ficam entre os blocos da laje do viaduto e o guarda corpos (estrutura semelhante a um alambrado que fica próxima às bordas das pistas).
Ontem pela manhã a reportagem visitou o canteiro e viu apenas três funcionários da construtora em cima de andaimes executando a parte do recobrimento das vigas em uma das vias do complexo. Na outra via ainda não tinha nenhuma estrutura montada nem havia trabalhadores operando. No canteiro, de acordo com o engenheiro, havia 28 homens trabalhando, sendo que a maioria deles estava concentrada na finalização da estrutura do canal.
Apesar dos contratempos, o secretário adjunto Caio Pascoal avaliou como bom o ritmo da obra. “Nós centralizamos muito os trabalhos nessa parte do canal, devido ao compromisso que temos com o Ministério Público, que é de entregar essa parte até o final de dezembro. Mas já estamos finalizando e agora vamos concentrar maior volume de trabalho na reestrutura do viaduto”, disse.A obra é dividida em duas partes principais, que são as do canal do viaduto, que passa por baixo das avenidas Rio Branco e Deodoro da Fonseca, e a reestruturação do viaduto em si.
Segundo Caio Múcio, uma das partes mais críticas da execução é o escoramento da laje do canal, que estava bastante deteriorada e com as ferragens à mostra.Em matéria publicada no Novo Jornal no dia 26 de agosto desse ano, Pascoal afirmou que, se não chovesse nos sete dias após a entrevista, a obra do canal seria totalmente concluída ainda naquela semana. Diferente do que foi prometido, até ontem a construtora não havia finalizado o serviço. O engenheiro responsável informou que até o dia 10 a equipe concluirá o escoramento da laje. Finalizada essa parte, os esforços se concentração somente na reestruturação do viaduto.
Caio Pascoal atribuiu os sucessivos atrasos à dificuldade na operação do tipo de obra. “O serviço é muito trabalhoso, não é feito na brutalidade não, é um negócio artesanal, muita coisa é manual, fora a dificuldade de se trabalhar lá em cima. Às vezes você tem que fazer um pequeno reparo na laje do viaduto, só que para subir tem que montar uma grande estrutura e às vezes isso é mais caro do que o próprio conserto”, explica.Outro fator que causou dificuldades, segundo ele, foi o tempo que tomou a fase de análise dos projetos.
Logo após a interdição do viaduto, em outubro de 2012, a prefeitura tinha um projeto de fazer uma reestruturação geral, mas após uma consulta ao projetista do viaduto, o engenheiro Hugo Mota, constatou-se que não havia a necessidade de a obra ser nos moldes planejados anteriormente. “A prefeitura não tinha nenhuma cópia do projeto, mas o projetista veio de Fortaleza e, com base no projeto que ele tinha e de sua análise, viu-se que bastava recuperar o que está sendo feito hoje”, lembra Pascoal. Ele informou ainda que essa semana será instalado um canteiro no estacionamento da Cosern, para que na próxima semana a obra seja iniciada na parte do viaduto que fica no terreno da empresa.
Foto: Argemiro Lima (Novo Jornal)
Fonte: Novo Jornal

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