A vereadora Amanda Gurgel (PSTU) se reuniu, no último dia 18, com o superintendente da CBTU no Rio Grande do Norte, João Maria Cavalcanti, para discutir a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Natal. Na reunião, a vereadora recebeu informações sobre o projeto da companhia e apresentou um estudo do mandato sobre a crise de mobilidade urbana na cidade. “Queremos discutir alternativas para expandir o VLT para toda a região metropolitana.”, disse Amanda.
No dia 17, a Superintendência de Trens Urbanos (CBTU) realizou testes com o primeiro VLT em Natal. Serão 12 composições do veículo até 2015. A empresa fabricante entregará um a cada dois meses. Essa modernização dos trens custou R$ 154 milhões, com recursos do PAC Equipamentos, do Governo Federal. Entretanto, não há previsão de novos destinos para o transporte, embora a CBTU já tenha um projeto de expansão. Por enquanto, as linhas continuam sendo Natal/Parnamirim e Ribeira/Nordelândia.
A vereadora Amanda afirmou que as obras ditas de mobilidade realizadas pela Prefeitura, em função da Copa do Mundo, não resolveram o problema e não favoreceram o transporte público de massa. Amanda disse também que a cidade não comporta mais tantos carros e que a saída é mudar a matriz do transporte, de rodoviária para metroferroviária. “O ideal seria que tivéssemos a cidade riscada por linhas de trem.”, concordou o superintendente João Maria Cavalcanti.
A CBTU tem um projeto de expansão do transporte sobre trilhos semelhante ao apresentado pela vereadora Amanda na reunião. Na proposta, haveria linhas interligando as cidades de São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Parnamirim, São José de Mipibu e Nísia Floresta, além de uma linha do VLT da Ribeira até o Campus Universitário da UFRN. Mas expansão está indefinida, sem data para começar. O problema é a falta de vontade política dos governos.
O mandato da vereadora fez um cálculo simples para comprovar essa afirmação. De acordo com a CBTU, o quilômetro de linha férrea custa, em média, R$ 6 milhões. No projeto de modernização e expansão dos trens da companhia, há a intenção, por exemplo, de criar uma linha ligando o bairro da Ribeira ao Campus Universitário da UFRN. São 13 quilômetros de trilhos, que custariam R$ 78 milhões. Valor bem inferior aos R$ 222 milhões gastos pela Prefeitura nas obras da Av. Prudente de Morais, com viadutos e túneis desnecessários.
Hoje não há nenhuma sinalização do Governo do Estado e da Prefeitura para estabelecer parcerias com o objetivo de expandir o VLT. Segundo a CBTU, há uma linha de crédito do governo federal para ampliação da malha ferroviária, mas que não é usada. A pressão dos empresários de ônibus junto ao governo é grande e entrava o desenvolvimento do transporte por trens urbanos e modernos. “É um absurdo que os políticos atendam aos interesses de meia dúzia de empresários em detrimento das necessidades de transporte de toda a população.”, pontuou Amanda.
A CBTU informou ainda que haverá uma audiência na Câmara Municipal de Natal para discutir o projeto e as possibilidades de expansão do VLT. A audiência contará com o apoio do mandato.
