STTU responsabiliza SITOPARN pelo atraso na bilhetagem eletrônica

O Sindicato dos Permissionários do Transporte Opcional de Passageiros do Rio Grande do Norte (Sitoparn) é o responsável pelo atraso na assinatura do contrato para unificação da bilhetagem eletrônica no transporte público de Natal, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU).
A unificação é um dos pleitos da própria entidade sindical, que se reúne hoje com o prefeito Carlos Eduardo para debater o assunto. De acordo com a titular da pasta, Elequicina dos Santos, a falta de andamento nas negociações decorre das pendências do Sitoparn junto à Justiça do Trabalho. O assessor jurídico da pasta, Teles Márcio dos Santos, informa que o sindicato ainda não apresentou as certidões negativas do Trabalho, de FGTS e do INSS. “A presidência do Sitoparn confirmou que está providenciando os documentos”, afirmou Teles.
Segundo Elequicina, para que a secretaria possa implantar o sistema as entidades participantes do processo precisam estar com a situação regular e todas as certidões negativadas nos âmbitos municipal, estadual e federal. A contraparte no acordo é o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Natal (Seturn) que, segundo a STTU, já apresentou todos os documentos solicitados.
Além do atraso por si só, a falta da implementação da bilhetagem única vem causando outro problema, desta vez entre Sitoparn e a Transcoop-Natal, cooperativa de permissionários da capital. O motivo é a permissão para que linhas complementares de transporte na Zona Norte de Natal sejam operadas pelos cooperados.    Segundo Clodoaldo Cabral, secretário adjunto de Transporte, sem a unificação da bilhetagem e sem a possibilidade do serviço de integração entre ônibus e alternativos, o Sitoparn se sente prejudicado com a concorrência da Transcoop.Uma das linhas que vem provocando a discussão é a 314, que desde o ano passado opera levando passageiros do loteamento Nordelândia à Avenida Tomaz Landim.
De acordo com Clodoaldo Cabral, a linha surgiu da necessidade de suprir a lacuna aberta com a falência da empresa Riograndense, que atendia a área. “À época, a Transcoop foi a única a apresentar projeto para tapar esse buraco. O projeto foi aprovado e os carros começaram a rodar”, detalhou Clodoaldo.A outra linha alvo de reclamações do Sitoparn é a 600, que liga o Parque dos Coqueiros ao Norte Shopping, que era feita por ônibus das empresas do Seturn e teve autorização dada pelo prefeito para ser operada por alternativos da Transcoop-Natal, ligada ao Sindicato das Empresas.
Concedida a autorização, os carros precisam de uma vistoria para a liberação do trânsito na rota.Segundo Júlio César Pereira, que exerce cargo administrativo na Transcoop, os veículos foram colocados na rua gradativamente. Quando os primeiros carros começaram a rodar, na última segunda-feira, o Sitoparn voltou a realizar protestos. Os motoristas ligados ao Sindicato foram à prefeitura reclamar a liberação.
No dia seguinte, a ação do Sitoparn foi impedir a circulação de vans e micro-ônibus das linhas 600 e 314 que integram a frota da Cooperativa dos Transportes Alternativos de Natal (Transcoop). Segundo relatos de motoristas cooperados, os permissionários do Sindicato os ameaçaram com pedaços de pau e pedra para que voltassem as garagens. “A ameaça era de depredar os veículos, caso não obedecêssemos”, afirma Júlio César Pereira.
Na ocasião, o presidente do Sitoparn, José Pedro dos Santos (“Pedrinho”), negou as investidas agressivas contra os motoristas, mas confirmou que os sindicalizados se organizaram para “avisar” que os carros das duas linhas não deveriam rodar naquele dia. A afirmação do sindicalista era de que o grupo agiria “com mais força”, caso a linha 600 continuasse os trabalhos, com possibilidade de trancar avenidas e as pontes da cidade.
Foto: Ney Douglas (Novo Jornal)
Fonte: Novo Jornal

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