Até aí tudo bem, normal. Todo dia passa-se sufoco no transporte público. Entretanto, chamou-me a atenção o fato de que o ônibus, superlotado como habitualmente, mal conseguia se locomover dentro de Natal, em virtude do trânsito pesado, impossibilitando a correta circulação de vento dentro do veículo. A pobre gestante que estava sentada próxima a mim sentiu muito isso.
Não tem como negar, a solução para isso é climatizar a frota. Por um lado o acessório dá muito mais conforto aos passageiros e por outro dá mais poder competitivo para o transporte público ante o automóvel particular. Pena que salvo raras exceções, os empresários somente adotam o ar condicionado sob força de leis. Para o empresário tradicional, o aparelho é uma “bomba” para a contabilidade dos negócios. Pena.
Eles ainda não entenderam a ideia de trabalhar com a conquista de passageiros. Aqui em Natal – onde posso falar com maior propriedade – é utópico pensar na adoção do climatizador de ar por bondade dos empresários, ainda mais se pensarmos nos grupos que não têm interesse na melhoria do transporte público, pois possuem interesses no mercado de automóveis de passeio. Se um dia adotarem, será por força da lei, se esta não for desobedecida, claro.
Entretanto, o próprio desenvolver da sociedade traz novas necessidades, e quem não se adequa às novas demandas, fica pelo caminho. Ainda bem. Atualmente os aparelhos de ar condicionado estão mais eficientes e os chassis mais econômicos, então a não utilização do aparelho em linhas urbanas é uma crueldade com os passageiros.
Eita, e agora Seturn? Já que nunca trataram os passageiros como merecem, agora querem aumentar a tarifa e a população já começou a protestar. A ideia é simples, o transporte é tão ruim que não será tolerado aumento na tarifa. Para quê aumentar a tarifa se o transporte será essencialmente o mesmo?