CNT defende mudanças na gestão de obras de mobilidade após atrasos para a Copa

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou o Boletim Economia em Foco, em que defende a necessidade de o poder público revisar os procedimentos de gestão pública das obras, principalmente as de infraestrutura. Conforme levantamento feito pela entidade, dos 45 projetos que constavam na Matriz de Responsabilidade da Copa na área de mobilidade, 87% não foram concluídos para o Mundial, o que representa 39 iniciativas. Do total, 19 foram retirados das prioridades. Seis foram concluídos.
Segundo a avaliação, ainda que a Copa do Mundo traga resultados satisfatórios para o Brasil, os impactos positivos teriam sido melhor aproveitados se o gerenciamento das obras públicas tivesse sido mais eficiente. A expectativa era que o campeonato daria mais fôlego ao país para investir na modernização da infraestrutura nacional, dinamizar projetos de reestruturação dos setores de transporte, mobilidade urbana, energia e segurança. “A Copa criou as condições necessárias para acelerar a implantação das intervenções previstas em mobilidade urbana para as cidades-sede ao facilitar o acesso a fontes de financiamento voltadas especialmente para obras de melhoria e expansão de infraestrutura, bem como novas modalidades de licitação para contratações públicas”, ressalta o Boletim.
No entanto, diante da dificuldade de execução, as ações que inicialmente foram pensadas para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros ficaram restritas às áreas dos estádios. “Essa tendência pode ser confirmada através da análise dos tipos de projetos do PAC Mobilidade Urbana que passaram para a alçada da Matriz de Responsabilidade da Copa. As 27 ações priorizadas para a Copa estão focadas em transportes públicos, como BRTs e VLTs, que facilitam a locomoção dos turistas até os locais dos jogos e em vias de acesso aos aeroportos”, esclarece o documento.
De acordo com o Economia em Foco, entre as explicações dadas por gestores públicos para os atrasos estão a demora na aprovação dos financiamentos e no repasse das verbas, ajustes e irregularidades dos estudos executivos e entraves à desapropriação dos terrenos. Mas, para a CNT, falta de planejamento, dificuldade na definição das prioridades e na execução física e orçamentária dos projetos também são apontados como fatores para a não conclusão das obras para a Copa.
“Os avanços em termo de mobilidade urbana, prometidos como legado da Copa do Mundo, não se concretizaram por completo, o que adiou, por mais alguns anos, a eficiência de locomoção nos grandes centros urbanos”, conclui o Boletim, destacando a importância do planejamento, da qualidade de projeto e da gestão eficiente para o êxito das ações voltadas para a infraestrutura.

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