Mesmo com o julgamento do dissídio coletivo que definiu o reajuste salarial de 7,32% e aumento de R$ 10,00 no valor do vale-alimentação, dirigentes dos sindicatos patronal e de trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Natal voltaram à mesa de negociação, ontem à tarde, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na Ribeira. Outra rodada de negociação está prevista para a segunda-feira (9), mas amanhã, entre 9 e 16 horas, motoristas e cobradores de ônibus avaliam a proposta patronal de compensação dos 13 dias de greve, enquanto os trabalhadores reivindicam que os dias faltosos sejam abonados.
O dissídio coletivo foi julgado na terça-feira (24 de junho), mas até ontem o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro-RN) não havia recorrido da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/21ª Região). “Se também não chegarmos a um consenso sobre a questão do vale-alimentação, vamos recorrer, mas esperamos chegar a um consenso na mesa de negociação”, disse o presidente do Sintro, Nastagnan Batista.
Na reunião de segunda-feira, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn), Agnelo Cândido Nascimento, reiterou que as seis empresas de ônibus não podiam reajustar o vale-alimentação além do que foi decidido pelo TRT, em virtude das dificuldades financeiras das empresas, que, segundo ele, estão em situação pré-falimentar.
Mas, na rodada de negociação, Agnelo comprometeu-se com a atualização do pagamento da férias dos trabalhadores, que estão atrasadas desde o dia 19 de junho e dos salários em atraso das empresas Reunidas e Santa Maria até o quinto dia útil de julho, como prevê a legislação trabalhista.
O mediador da SRTE, Cláudio Gabriel, disse que vai aguardar a decisão da Assembléia do Sintro, para então redigir um acordo definitivo entre as duas parte, pois embora o dissidio tenha prevalência , pode haver um ato de vontade do Seturn.
Cláudio Gabriel explica, porém, que as empresas “não se obrigam” a abrir mão do que foi decidido pelo TRT, como o desconto salarial dos dias parados dos trabalhadores, porque a greve foi decretada como abusiva, “podendo até ocorrer demissão por justa causa”.
Agnelo Cândido disse que as empresas, até para não penalizar quem não participou da greve e trabalhou normalmente, propõem a compensação dos dias parados com dias de trabalho em feriados ou horas extras, apesar de que o Sintro insiste no abono dos dias parados, além de reajuste do vale-alimentação pelo índice inflacionário de 5,82%.
Fonte: Tribuna do Norte