Editorial UNIBUS RN: Uma reflexão sobre a greve

Conforme amplamente ventilado pelos meios comunicativos, e com cobertura total do UNIBUS RN, Natal sofreu muito com a greve dos rodoviários que ocorreu nos últimos dias. Para agravar, o movimento sindical de maior duração da história da cidade no ramo ocorreu justamente no período em que acontecia a Copa do Mundo na cidade, que sediou quatro jogos do Mundial. Prejuízos para turistas, residentes e comerciantes da cidade.
A data base da categoria estava correta e infelizmente coincidiu com a realização da Copa na cidade. Na verdade, coincidência até demais, de modo que o comentário entre os usuários nas paradas e nas redes sociais era de que o movimento dos motoristas e cobradores foi oportunista. Além do mais, também se pôde ouvir o burburinho de que os empresários estavam satisfeitos com a greve, visando pressionar a Prefeitura do Natal a conceder um reajuste na tarifa.
Os boatos são boatos. A realidade, porém, foi dura para quem precisou se deslocar de ônibus pela cidade. A população ficou refém dos alternativos e dos loteiros, que não demonstraram zelo pelo bem estar e segurança dos passageiros. A economia local travou, com prejuízos que podem chegar a 50% das vendas, e os comerciantes sentiram o tranco, tanto que havia a intenção deles de processar os responsáveis pela greve. Justo.
Falando em justiça, esta foi desobedecida pelos rodoviários, que descumpriram as ordens relativas ao número de carros que deviam ter circulado. Desobediência que foi causada mais de uma vez, prejudicando ainda mais quem dependia dos ônibus.
A Prefeitura, por sua vez, preferiu adotar uma postura evasiva, provavelmente temendo possíveis protestos. Entretanto, faltou pulso do executivo para lidar com a caótica situação.
No frigir dos ovos, mais uma vez a população, que é a base de tudo, foi a grande vítima. Dos rodoviários, dos empresários e da Prefeitura. É lícito o direito de fazer greve, mas quando esse direito infringe o direito dos outros, passa a ser uma forma de agressão, ainda mais quando se passa por cima da justiça.

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