Mossoró: Pontos de ônibus não oferecem proteção aos passageiros

O transporte público em Mossoró é um dos principais motivos de reclamação por parte da população. Além da falta de ônibus e de linhas que atendam todas as áreas da cidade, não há abrigos de passageiros que satisfaçam as necessidades mínimas dos usuários, que ficam expostos ao sol, chuva e sentados em pedras porque não tem bancos. Em muitos pontos, não existem nem mesmo placas que identifiquem que ali é local de embarque e desembarque.
Alto de São Manoel, centro, Bom Jardim, Santo Antônio, Abolições, Alto da Conceição. O problema se repete em vários bairros. E não é de hoje. Uma das paradas de ônibus mais antigas da cidade, que fica na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Dr. João Marcelino, nunca teve sequer uma cobertura.
As sombras dos prédios, árvores e até mesmo dos postes chegam a ser as únicas opções para fugir do calor. Elas são bastante disputadas pelos que esperam os veículos. “Aqui a briga é feia. Quando tem mais gente, o pessoal fica revezando. Cada um passa um tempo”, disse o usuário João Paulo, referindo-se a um poste de iluminação na Avenida Presidente Dutra, no Alto de São Manoel.
Na esquina da Presidente Dutra com a Rua Benício Filho, a salvação dos passageiros é um pequeno guarda-sol montado por um cambista que trabalha no local. “Estou aqui há quatro anos e nunca construíram uma parada de ônibus aqui. Até a placa que tinha um caminhão bateu e arrancou. Há mais de ano veio um pessoal da prefeitura fazer umas medições, mas nunca voltaram. O pessoal me agradece por ter essa sombrinha para ficar debaixo, enquanto esperam”, disse Antônio de França Gabriel.
Na esquina da Rua Prudente de Morais com a Rua Venceslau Braz, bairro Paredões, a situação também é complicada. Os passageiros improvisam assentos com pedras de paralelepípedo e papelão.
Cansada de esperar por mais duas horas pelo ônibus para voltar para casa, no bairro Nova Vida, a aposentada Raimunda da Silva e mais uma amiga tiveram que sentar ali mesmo, aproveitando um pouco da sombra do muro, que ainda fazia por volta das 10h. “Estou há duas horas aqui e não passa. A gente tem que ficar aqui sofrendo, no meio do sol, dia de chuva é pior. Ainda tem o perigo dos assaltos”, lamentou a senhora.
No horário da tarde é ainda pior, com a incidência direta dos raios solares. “Não tem quem aguente. A gente tem que ficar do outro lado da rua e correr atravessando a pista, quando o ônibus aparece lá na esquina”, reclamou a dona de casa Mariângela Lima.
Fotos: Wilson Moreno (Gazeta do Oeste)

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