O Conselho Consultivo do Sebrae vai discutir na próxima sexta-feira, em reunião extraordinária, propostas para a reutilização do Aeroporto Internacional Augusto Severo, que encerrou, teoricamente, suas operações civis com o início das atividades no Aeroporto Internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, no último sábado. Entre as propostas ventiladas estão a implantação do terminal rodoviário da cidade ou um centro comercial.
As entidades do segmento produtivo do Estado querem encontrar um novo uso para a estrutura – com mais de 60 mil metros quadrados de área construída -, antes que ela seja devolvida integralmente à Força Aérea Brasileira (FAB). Neste sentido, o Conselho Consultivo do Sebrae convocou uma reunião extraordinária na sede da própria entidade.
O objetivo é encontrar uma alternativa consensual que possibilite a reutilização, sobretudo do Terminal de Passageiros que, nas reformas de 2000 e 2012, recebeu um investimento de R$ 76 milhões. “A ideia é que a gente saia de lá com uma proposta que mostre a melhor alternativa para rentabilizar um investimento feito que pode estar sendo desperdiçado, caso o terminal seja repassado para o uso militar”, explicou Silvio Bezerra, presidente do conselho.
Uma das opções previamente conhecidas seria transformar o terminal de passageiros em uma rodoviária. “Teríamos, sem dúvida, a melhor rodoviária do Brasil. Se o Augusto Severo foi considerado o melhor aeroporto do Brasil, recentemente, esse posto seria facilmente conquistado se lá fosse uma rodoviária”, cogitou. O terminal tem atualmente 18 mil m² e capacidade para receber 5,8 milhões de passageiros por ano.
Silvio defende que seja devolvida à Força Aérea apenas a parte da pista, que teria importância real para os militares. Já área do terminal, segundo ele, poderia ser bem melhor aproveitada ao se transformar em equipamento público. “Diante do investimento feito e do formato que tem, é mais interessante que seja usado como um equipamento público do que uma repartição pública”, avaliou.
Outra alternativa é transformar o equipamento em um centro de convenções. Só o estacionamento do local tem vagas para 527 veículos.
O Conselho Consultivo do Sebrae conta com várias entidades representativas da economia potiguar. Fazem parte, por exemplo, a Federação da Indústria e a Federação do comércio de Bens, Serviços e Turismo. Junto às entidades serão colhidos também estudos que demonstrem a importância e sinalizem para a capacidade do lugar para acolher bem os visitantes.
Caso chegue a uma alternativa consensual, o conselho encaminhará a proposta ao Governo do Estado, a bancada federal, à Infraero e à Força Aérea Brasileira (FAB), com o objetivo de impedir a devolução do terminal ou reverter esse processo. “Nós não podemos é deixar passar e depois ficar com aquela sensação de que algo poderia ter sido feito para impedir”. Sobre o posicionamento ter sido tomado tarde demais, Silvio atesta: “Antes tarde do que nunca”.
O dirigente da Fecomércio entende que, se esta sugestão não for acatada, que seja um ponto de partida para se chegar a outra. “A ideia é que aquela área seja utilizada como instrumento de desenvolvimento e promoção econômica para o estado”, explica Marcelo Queiroz. Ainda não há informações sobre orçamento e números dessa alternativa, uma vez que se trata de um projeto básico.
Com informações: Novo Jornal