BA: Empresa de ônibus vai deixar de operar em Salvador

O secretário de Urbanismo e Transportes de Salvador (Semut), Fábio Mota, afirmou que a empresa de ônibus Barramar, do grupo Viação Senhor do Bonfim,  vai deixar de operar na capital baiana.
De acordo com o secretário, a empresa sergipana alegou questões financeiras para sair do sistema de transporte urbano de Salvador. São 218 veículos operando 41 linhas na cidade, principalmente na Estação Pirajá.
Há um mês, segundo Fábio Mota, um dos proprietários da Barramar, Lauro Menezes, procurou-o a fim de informá-lo que a Barramar não  tinha condições para manter ônibus rodando na cidade.
Mota diz que, à época, pediu que o empresário aguardasse 30 dias, para que a prefeitura montasse um plano de remanejamento das linhas e de absorvição dos quase 1.300 funcionários da empresa. “Ele disse que estava sem dinheiro até para colocar diesel nos veículos”, contou.
O diretor de operações da Barramar, José Carlos Alves, negou que a empresa de transporte vai parar de operar em Salvador.  Segundo ele, a Barramar está saudável financeiramente. “Não conheço nenhuma informação desse tipo. Os salários estão em dia, o FGTS está em dia, temos veículos novos. Isso não existe, é boato”, disse.
A equipe entrou em contato com dirigentes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiro de Salvador (Setps), mas ninguém quis comentar o assunto.
De acordo com o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Bahia (Sintroba), Cleber Maia, que é empregado da Barramar, nesta quinta houve uma reunião entre funcionários da empresa e o diretor Carlos Alves. “Foi garantido aos empregados que a empresa não vai acabar. Garantiram até que o salário será pago amanhã (hoje) com o reajuste conquistado na greve”, relatou Maia.
Licitação: Conforme o secretário Fábio Mota, o remanejamento destas linhas é provisório, até que a licitação do transporte de Salvador  seja concluída. A previsão é que os envelopes com as propostas das empresas interessadas sejam abertos no dia 27 de junho.
O estudo que permitiu as alterações momentâneas foi feito pela Superintendência de Trânsito e Transportes (Transalvador).
Segundo Fabrizzio Muller, titular do órgão, vários critérios foram usados para definir quais empresas vão ficar com as linhas antes operadas pela Barramar: capacidade de frota, equilíbrio de índices como rentabilidade, quilômetros rodados, quantidade de passageiros, entre outros.
Muller preferiu não revelar para quais empresas a operação das linhas será entregue, pois, segundo ele, o plano de remanejamento foi enviado ao Setps para avaliação e, por isso, “pode sofrer pequenos ajustes finos”.
Fonte ligada à Barramar, e que  não quis se identificar, disse à reportagem que empresas como BTU e Rio Vermelho, donas da maioria dos ônibus que rodam na Estação Mussurunga, têm interesse nos itinerários operados pela Barramar.  Muller não nega nem confirma.
Tanto o superintendente quanto o secretário fizeram questão de “tranquilizar o trabalhador”. Segundo eles, 100% da mão de obra será reaproveitada. No entanto, Mota disse que a prefeitura não pode garantir o pagamento do passivo trabalhista aos empregados. “Mas a empresa se comprometeu a pagar. Só que não podemos entrar na seara privada. Somos poder público”, disse Mota.
Linhas são alvo de disputa entre empresários: As linhas operadas pela Barramar têm sido motivo de disputa entre as empresas de ônibus de Salvador, após a confirmação de que a empresa deixará de operar na capital. Isso porque, com a inauguração do metrô, quem estiver operando na Estação Pirajá, onde a empresa sergipana mais atua, vai transportar os passageiros da região mais populosa da cidade, Cajazeiras.
Ninguém quer perder a oportunidade de ser a principal alimentadora do Sistema Metroviário soteropolitano. Segundo fonte ligada à Barramar, as empresas BTU e Rio Vermelho apresentam interesse especial nas linhas a serem distribuídas.
A intenção é ter maioria em duas das principais estações de transbordo da capital baiana. Atualmente, as duas coirmãs já são donas da maioria dos veículos que rodam na Estação Mussurunga.
Perguntado se BTU e Rio Vermelho receberiam a maior parte das linhas a serem remanejadas pela prefeitura, o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller,desconversou. “Vocês estão mais informados do que eu”, brincou ele.
Apesar do interesse, sabe-se que a operação desses itinerários será só por enquanto. Com a licitação das linhas de ônibus, que terá os vencedores anunciados em 27 de junho, três empresas obterão concessão para operar, por 25 anos, na capital.
O Setps, sindicato que representa as 18 empresas de ônibus que existem atualmente em Salvador, não confirma quais consórcios estão formados para disputar o processo licitatório.
Com informações: Jornal A Tarde (BA)

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