Reajuste salarial de rodoviários depende do aumento da tarifa em Natal

Representantes do Seturn e do Sindicato dos Rodoviários (Sintro) estiveram reunidos no final da manhã de ontem na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para negociar o processo de dissídio coletivo dos motoristas e cobradores de ônibus. Entre as cláusulas apresentadas pelo Sintro, a categoria destaca a reivindicação de 16% de reajuste salarial e aumento de vale alimentação de R$ 197 para R$ 450 reais. Há dois anos sem reajuste nas passagens de ônibus, o Seturn acredita que a negociação só será possível com um “apoio” da Prefeitura de Natal.
Segundo Augusto Maranhão Filho, advogado do Seturn, os empresários das empresas de ônibus estão passando por dificuldade financeira há muitos anos, sem condições de assumir inteiramente o custo adicional no sistema como o reajuste salarial, por exemplo, e as outras reivindicações da categoria. Ao todo, o pleito de motoristas e cobradores chega a somar 72 clausulas.
“Queremos uma posição do município de como eles podem nos ajudar, seja autorizando um reajuste tarifário ou nos dando algum tipo de subsídio, como redução de impostos, por exemplo”, explicou o representante jurídico do Seturn. Foram convocados a participar da reunião de negociação representantes da Procuradoria Geral do Município e da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). Entretanto, segundo a assessoria do sindicato dos empresários, apenas o representante da Semob se fez presente – e como ouvinte.
Outra rodada de negociação ficou agendada para quinta-feira (29), às 11h, na Diretoria Regional de Trabalho, na Ribeira. Questionado pela reportagem, o advogado do Seturn disse não ter sido feito um estudo de quanto deveria ser cobrado pela passagem de ônibus para cobrir os custos com pessoal.
Os empresários alegam que esse é o quarto processo de dissídio coletivo sem recomposição da tarifa de ônibus. No ano passado, a Prefeitura chegou a divulgar que a passagem seria reajustada de R$ 2,20 para R$ 2,33, situação que gerou protesto popular e ameaças ao prefeito Carlos Eduardo – que acabou voltando atrás da decisão.
Até o momento, o Sintro descarta possibilidade de greve, acreditando que o pleito da categoria possa ser atendido. Entretanto, de acordo com o presidente do Sintro, Nastagnam Batista, os motoristas e cobradores não abrem mão de negociar principalmente as cláusulas de impacto econômico.

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