Estudantes de vários assentamentos do Complexo Maisa ficaram sem aula depois que os professores voltaram da greve. O motivo foi a paralisação dos motoristas dos ônibus que fazem o transporte de alunos e professores da Escola Estadual Gilberto Rôla. “Todo ano é esse mesmo problema. Termina a greve dos professores, os motoristas dos ônibus entram em greve. Já estamos em maio e agora que os alunos estão fazendo as primeiras avaliações”, diz a mãe de uma estudante moradora do assentamento Montana, Lourdinha Moraes.
Francisca Núbia, moradora da Vila Ângelo Calmon de Sá, mais conhecida como Vila da Maisa, onde fica a Escola Gilberto Rôla, reclama também da falta de professores. Ela conta que já está pensando em colocar a filha para estudar em Mossoró. “Minha filha faz o 1º ano do ensino médio, vou transferir para outro canto porque não tem aula aqui”, diz Francisca, que conta ainda que o sobrinho que estuda em outra sala passa pelo mesmo problema.
Quando a reportagem da Gazeta do Oeste esteve no local, a escola estava fechada a serviço da Justiça Eleitoral, já que funcionam cinco urnas na unidade. Um funcionário, que prefere não ser identificado, disse que não havia ninguém da diretoria na escola. Ele falou ainda que os ônibus voltaram a transportar os alunos ainda nesta semana, mas, sobre a questão da falta dos professores, disse não ser do conhecimento dele.
Outra moradora do Assentamento Montana, Filomena Maria, mãe de um aluno do 9º ano, conta que esta semana faltaram três professores na sala do filho. “Não sei se foi por causa do problema dos ônibus, ou porque eles não quiseram vir mesmo”, fala.
No início da semana, a reportagem conversou por telefone com Fátima Silva, a responsável pela empresa que loca os veículos ao Governo do Estado. Ela confirmou que por falta de pagamento do Estado precisou paralisar os serviços dos 22 ônibus que transportam alunos da zona rural. “Era para ter parado antes, porque quando a gente para, eles resolvem”, diz.
Ainda de acordo com Fátima, a expectativa seria de que o Governo realizasse até ontem o pagamento dos aluguéis, que está atrasado desde novembro de 2013. Com a promessa, a empresa resolveu retomar o serviço ainda esta semana. “Retomaram, mas passou mais de 15 dias sem pegar os alunos do Assentamento Montana”, diz Filomena Maria, que também é uma das líderes da comunidade. “É uma falta de vergonha e interesse do Estado”, reclama Lourdinha.
Fonte: Gazeta do Oeste