Editorial UNIBUS RN: Um viaduto de problemas

Antes de mais nada, pedimos desculpas pela não publicação do Editorial na última sexta-feira (dia normal da postagem desta editoria). Entretanto, tivemos motivos para isso: a dificuldade de chegarmos aos nossos destinos.
Mas, você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com o UNIBUS RN? Isso se deve pelo fato de o Centro de Natal estar praticamente isolado com as [forçadas] interdições das ruas no entorno do Viaduto do Baldo.
Localizado entre os bairros do Alecrim, Cidade Alta e Barro Vermelho, o viaduto é um dos mais importantes da nossa cidade. Construído na década de 1970, desde o fim de 2012 sua interdição vem causando inúmeros problemas no trânsito daquela região.
Porém, sua situação insustentável (literalmente) ganhou contornos nada desejáveis neste mês. A demora em executar os reparos no viaduto e no canal de água que passa embaixo foi tão grande que foi preciso uma intervenção judicial para que vias importantes, como as Avenidas Rio Branco e Deodoro, que passam embaixo do Baldo, tivessem seu tráfego interrompido e as obras sejam executadas.
Com isso, o trânsito ficou represado em ruas estreitas e aumentando o trajeto para quem precisa ir para a área central da capital potiguar. No carro já é difícil, imagine de ônibus.
Para se ter uma ideia do que essa inércia causou, o SETURN divulgou que terá um gasto extra de quase R$ 200 mil em suas empresas conveniadas com o aumento do trajeto no período da interdição – para quem reclamou publicamente de prejuízos nesse mês, aumentar gastos não é nada recomendável. As empresas de ônibus terão de aumentar o tempo de viagem das linhas em, na média, 15 minutos. A linha D, operada pela Parnamirim Field, terá um atraso de 20 minutos em cada viagem, no mínimo.
Porém, engana-se quem acha que os efeitos da interdição das vias embaixo do Baldo trará reflexos apenas no acesso ao centro. Com os atrasos nos ônibus, o restante do itinerário ficará desguarnecido, atrasando ainda mais o deslocamento do passageiro – o que significa ônibus mais cheios e paradas lotadas em outros pontos da cidade. No trânsito, o efeito será semelhante, com congestionamentos aumentando em outros pontos, terminando mais tarde.
Isso quando a situação é normal. Ocasiões como a do último dia 25, onde os rodoviários pararam mais de 400 ônibus em vários pontos da cidade – incluindo o entorno do Baldo – só ajudam a piorar a situação que já está ruim no trânsito naquela região.
Tal situação poderia ter sido evitada pela Prefeitura. Responsável pela manutenção do viaduto, nossos gestores são os responsáveis diretos pelo caos gerado naquela região. Ineficiência, inércia e irresponsabilidade são os menores adjetivos que podemos tecer aos gestores da SEMOPI e SEMOB, que foram omissos ao que acontecia no Baldo. Além disso, quando a decisão judicial foi divulgada, um plano de ação desorganizado pegou todo mundo de surpresa, sem qualquer divulgação.
Queremos que o Baldo volte a ser utilizado no menor tempo possível, já que é uma alternativa importantíssima no nosso caótico trânsito. Porém, esperamos que o seu retorno seja feito de maneira ordenada, sem a repetição dos fatos lamentáveis que arrastam sua obra há quase dois anos.
Além disso, tal situação deve servir de aprendizado para quem faz obras viárias no nosso Estado. Não se pode interditar nada de uma hora pra outra, pegando todo mundo de surpresa e quase ilhando uma área importante. Situações como essa não podem se repetir. Uma boa comunicação e eficiência nas obras ajudarão, e muito, na melhoria das nossas ruas.

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