Volare mira exportação com nova fábrica no ES

A Volare, fabricante nacional do segmento de miniônibus, escolheu escrever um novo capítulo de sua história a 2.060 quilômetros de distância de sua sede, em Caxias do Sul (RS), mais precisamente em São Mateus, cidade localizada ao norte do Espírito Santo: a montadora realizou na sexta-feira, 25, uma cerimônia simbólica para marcar o início da construção de seu primeiro complexo industrial fora da Região Sul. Com investimento inicial de R$ 35 milhões, sendo 30% de capital próprio e o restante financiado pelo Banco do Nordeste, a marca, que pertence à Marcopolo, já avança nas obras civis da fábrica, iniciadas em novembro do ano passado e cujas operações têm início previsto para agosto ou setembro deste ano.
Em um terreno de 822 mil metros quadrados que beira a rodovia BR 101 o complexo será constituído em três fases: a primeira, em andamento, constrói dois dos oito prédios previstos, incluindo o prédio principal de 10 mil metros quadrados que abrigará a produção e montagem final dos veículos. A unidade iniciará as operações com 50% de sua programação de produção, 4 unidades por dia (considerando um turno), e avançará gradativamente para 10 veículos por dia até 2016.
“A previsão é de que no primeiro ano, ou seja, até setembro de 2015, tenhamos montado pelo menos 1 mil unidades, mas nossa intenção é ter uma fábrica que suporte ultrapassar uma capacidade de produtiva de 35 veículos por dia, mais do que nossa unidade em Caxias, que produz 25 por dia”, revela o diretor da Volare, Gelson Zardo, que aproveitou o evento para comunicar o estabelecimento da nova fase da empresa, agora denominada Volare Veículos Limitada (VVL). “Este é um projeto que nasceu há 3 anos, desde que assinamos a carta de intenções com o governo local, e agora podemos dizer que é uma realidade.”
Projetada para ser a fábrica mais moderna do grupo Marcopolo em todo o mundo, a unidade é concebida sob o conceito de fábrica inteligente e sustentável: ganhará alto nível de automação e um processo linear de produção, que permitirá a montagem de conjuntos e kits in loco para abastecer a linha de montagem em tempo real. O projeto inclui os processos comuns de fabricação dos ônibus como solda, isolamento, chapas e fibras, revestimento interno, pintura e customização, teste de água, revisão elétrica e mecânica, entre outros, além de revisão final. A princípio, será montado o modelo W9 (carro chefe da companhia), W-L e Limousine, com chassi Agrale, e o DW9, com chassi Mercedes-Benz. Para esta primeira fase, serão empregados 200 pessoas, a maioria para a linha de montagem.
Para a segunda e terceira fase, o executivo conta que está previsto investimento de R$ 100 milhões nas obras civis, incluindo os maquinários, como na primeira. A segunda fase, cujas obras têm início no próximo mês, prevê a construção de mais quatro pavilhões, entre eles um centro logístico, um centro de pesquisa e desenvolvimento e uma área exclusiva para treinamento, que devem começar a funcionar na metade do próximo ano.
“Com relação à terceira fase, ainda não está muito bem definido, dependerá da Marcopolo, mas o plano é trazer para o complexo de São Mateus mini fábricas de componentes e peças, poltronas, janelas e componentes plásticos. A princípio, vamos trazer esses kits em CKD de Caxias do Sul e montá-los aqui. Nossa previsão é iniciar as obras dessas unidades na metade de 2015 e começar a operá-las em meados de 2016”, disse.
Até lá, a empresa prevê ter contratado de 1,5 mil a 1,7 mil profissionais, dos quais prevê 100% de mão de obra local a partir da parceria da empresa com o Senai da cidade. Além disso, o executivo informa que a Agrale, parceira de longa data, já mantém com o governo do estado negociações e estudos de viabilidade para implantar um projeto industrial local: “Normalmente, onde a Marcopolo vai, acontece a migração de parte dos fornecedores. Existe sim toda uma preocupação de infraestrutura local, mas a vinda da fábrica da Volare, como uma empresa de renome e da Marcopolo, traz um peso para o estado, que está investindo em melhorias para abrigar sua primeira montadora”.
Já na fábrica de Caxias do Sul permanecerá a produção do que é considerado pela empresa os produtos mais complexos de customização, além disso, 100% da produção do modelo DW9, que representa 15% do faturamento da empresa, migrará para o Espírito Santo gradativamente.

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