Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Roberto Requião (PMDB-PR) criticaram as pressões que a Presidência do Senado estaria recebendo da Presidência da República para inviabilizar a instalação da comissão parlamentar de inquérito que investigará o transporte público.
O número de assinaturas para a instalação da CPI do Transporte Público foi garantido ainda em dezembro. Desde então, a instalação do colegiado depende da indicação dos membros pelos líderes partidários.
O senador Pedro Simon lembrou que Porto Alegre está passando por uma greve de rodoviários, que paralisa a cidade. Cenário semelhante é encontrado no Rio de Janeiro que viveu recentes tumultos e cenas de violência após protestos na região da Central do Brasil e no centro da cidade. Além disso, as manifestações populares de junho de 2013 começaram com os aumentos das passagens dos ônibus em Natal e a sociedade espera uma ação sobre o assunto pelo Senado.
“A primeira mobilização dos jovens que foram pra rua é exatamente por causa do preço das passagens. Há uma interrogação em vários lugares, inclusive lá no ABC, em que o início de uma fase de corrupção foi nas cobranças das passagens. Hoje no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, já estamos há 10 dias sem transporte. O setor de transporte não obedece a determinação da justiça que diz que, de acordo com a lei, tem de ter um percentual que preste o serviço. Não teve um ônibus que saiu pra rua” disse Simon.
Autor do pedido de criação da CPI do Transporte Público, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) citou o que seria a origem das pressões contra a CPI e conclamou o presidente do Senado, Renan Calheiros, a não ceder.
“Quero tornar pública a pressão que a Mesa do Senado está recebendo do governo para inviabilizar a CPI do transporte urbano nas cidades do Brasil. Me disse o meu informante, que é nada menos que o presidente Renan Calheiros, que a pressão está sendo fortíssima. Espero que ele resista, os partidos indiquem os membros e a gente instale de uma vez a CPI”, disse Requião.
O senador Pedro Simon lembrou que, se partidos não indicarem os membros da CPI, como forma de inviabilizar seu funcionamento, as indicação serão solicitadas diretamente ao presidente Renan Calheiros.
Fonte: Agência Senado