Apesar de parecer uma reclamação que já se tornou clichê, está sendo cada vez mais comum ouvir nas paradas de ônibus de Natal a insatisfação dos usuários quanto a falta de ônibus. Em questão de minutos, é possível ouvir várias pessoas dizendo a mesma coisa: “Pense num ônibus para demorar…”
Não pense, caro leitor, que é uma reclamação de pessoas cansadas e que querem voltar mais rapidamente pra casa após um longo dia de trabalho ou de estudos. Não é algo clichê: é fato. Os ônibus estão cada vez mais escassos das ruas natalenses.
Há três anos, era comum você esperar somente 3 a 5 minutos em alguma parada do centro da cidade para pegar um ônibus da extinta 78 (Hoje, 17-78, Gramoré/Petrópolis – Via Santarém). Os usuários dessa linha eram extremamente satisfeitos. Outro exemplo era a linha 63 (Felipe Camarão/Campus): Nos horários de pico, não se demorava mais do que 15 minutos na UFRN para um veículo passar.
Porém, as coisas mudaram consideravelmente em todas as linhas de ônibus, inclusive nas duas citadas. A hoje 17-78 é uma linha saturada e com grande demora nos veículos. Já a 63 é alvo constante de reclamações pelo alto tempo de espera nas paradas – existem relatos de mais de 1 hora de espera numa segunda-feira.
Tal reclamação das pessoas faz grande sentido e pode ter várias explicações. Motoristas ouvidos pelo UNIBUS RN culpam, principalmente, o trânsito carregado da nossa cidade pelos atrasos constantes e pela lotação nas paradas e nos ônibus. Os engarrafamentos são considerados os grandes vilões, mas não são os únicos.
Outras teorias circulam nas rodas de conversas e, principalmente, nas redes sociais. Uma delas dá conta de que a falta de ônibus é culpa das empresas, em retaliação ao não aumento da tarifa. Se for verdade, apesar de ser absurdo, faz sentido: Se aquele valor não rende o necessário para as operações, a frota acaba diminuindo. Mas, tal atitude se torna injusta contra o passageiro.
O que pode ser feito para melhorar o quadro? São inúmeras ações que podem ser tomadas e, para não tomar seu tempo, não vamos falar de todas. Algumas merecem atenção: a maior atuação da SEMOB na fluidez do trânsito, tentando evitar os congestionamentos pela cidade; a criação de faixas exclusivas em várias avenidas de grande movimento; as empresas terem coragem e, mesmo nas dificuldades, colocar toda a sua frota na rua; a Prefeitura conceder ajuda, mesmo que seja financeira ou com o aumento da tarifa, para a melhoria do sistema e da saúde financeira das empresas, ajudando assim na renovação da frota; realizar a tão sonhada licitação, empurrada pela barriga; dentre outras.
Com certeza, se essas e outras atitudes forem tomadas rápido, tal sentimento vai se evadir e os usuários não se queixarão mais do sumiço dos ônibus. Seria interessante que um passe de mágica fizesse surgir coragem em quem pode mudar tal panorama, ajudando na melhor locomoção de quem usa ônibus na capital potiguar.