O Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN) espera inaugurar até o final do mês a primeira etapa da avenida Omar O´Grady (prolongamento da avenida Prudente de Morais), via de acesso entre a capital e o município de Parnamirim, na região metropolitana.
Após a última paralisação no empreendimento – que durou cerca de 90 dias, com as atividades sendo retomadas no fim de novembro último – o diretor do DER, Demétrio Torres, chegou a afirmar que a primeira etapa da avenida Omar O´Grady seria entregue ainda em 2013, o que não foi possível devido a entraves burocráticos gerados por falhas encontradas no projeto original, datado de 2007 – ano em que as ações foram iniciadas.
Segundo Torres, à equipe do Novo Jornal, o principal problema enfrentado pelo departamento para cumprir os prazos – tantas vezes postergados – foi a necessidade de mudança na empresa responsável pela execução dos projetos, já que a Queiroz e Galvão, empreiteira originalmente vencedora do certame, entregou as obras pela metade alegando que não havia como dar continuidade ao trabalho sem que houvesse uma adequação de preços, devido aos longos atrasos observados.
“Eles (a Queiroz e Galvão) argumentaram que o contrato apresentava um desequilíbrio econômico-financeiro, graças às inúmeras interrupções pelas quais a obra passou. Nós não temos condições de investir ainda mais recursos do que já foi feito, então o contrato foi revogado de comum acordo”, explicou.
Com a desistência da empresa responsável, o Governo do Estado iniciou os contatos com o grupo que havia ficado em segundo lugar na licitação, a EIT Engenharia e Arquitetura. A companhia aceitou concluir o empreendimento pelo valor previamente fixado, garantindo a continuidade das ações.
O diretor do DER atribuiu os impasses à falta de um projeto realmente adequado para a execução dos trabalhos. Segundo ele, só com desapropriações na área por onde passa o prolongamento seriam gastos R$18 milhões, valor reduzido a um terço (R$ 6 milhões), após adaptações realizadas pela atual gestão do DER.
O valor global do processo licitatório era de R$ 27 milhões, montante que não incluía a construção dos túneis que precisaram ser instalados para tornar viável o prolongamento da avenida. Essa adaptação, orçada em mais R$ 12 milhões, terminou por compensar a economia feita com o barateamento das desapropriações.
Em suma, antes seriam necessários R$ 57 milhões, quantia distribuída entre o projeto, as desapropriações e os gastos extras com a construção dos túneis, enquanto hoje o valor da obra foi fechado em R$ 45 milhões, por conta do que foi revisto na proposta original.
“É de extrema urgência que essa cultura de licitar obras sem projeto seja extinta. Não faz o menor sentido, não entendo como aprovam uma iniciativa sem mensurar o impacto econômico, sem os devidos licenciamentos. Esse projeto foi feito de qualquer jeito, causando todo tipo de transtorno e impedindo que a nova ligação entre Natal e Parnamirim saísse do papel no tempo previsto”, salientou Demétrio Torres.
Ainda segundo as informações colhidas pela reportagem, as obras retomaram seu curso mo dia 25 de novembro e toda a parte de terraplanagem e preparação da base para receber o revestimento asfáltico deveria ter sido entregue antes da virada do ano.
Mais problemas, porém, foram relatados pela chefia do DER, que revelou um entrave no fornecimento de asfalto, o que impossibilitou o andamento das atividades na primeira semana de 2014, inclusive forçando a EIT a instaurar férias coletivas, regime encerrado na última segunda-feira. Apesar dos imprevistos, Demétrio Torres, mantém os prazos para conclusão desta primeira etapa do empreendimento para o fim do mês.
Para João Paulo de Souza, laboratorista encarregado do canteiro de obras, o andamento atual das atividades é plenamente satisfatório, com o ritmo de trabalho adotado pela EIT. O profissional, responsável pelo controle tecnológico do empreendimento, destacou a celeridade das equipes da companhia, afirmando que o mais complicado já foi feito. “Para esse mês ficou basicamente pavimentar a cobertura, bem mais simples e tranquila de se fazer. Agora é só torcer para que não chova”.
Fonte: Novo Jornal