O acidente com o ônibus de dois andares da Empresa Nossa Senhora da Penha, na madrugada do último dia 22, na rodovia Régis Bittencourt, em São Lourenço da Serra, levantou mais uma vez várias questões relativas à segurança dos transportes rodoviários.
Entre os aspectos que entraram para as discussões é relacionado ao padrão e à qualidade dos ônibus no Brasil.
Conforto e design, os veículos possuem. Mas será que os ônibus no Brasil são realmente seguros?. E sobre os modelos Double Decker, os acidentes com estes ônibus acabam tendo resultados mais graves? A pergunta foi feita por especialistas como da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
O que chamou a atenção é que o segundo andar do ônibus modelo Marcopolo Paradiso 1800 DD, da Geração Seis, foi completamente esmagada. A maior parte das 15 pessoas que morreram estava no segundo andar. Os peritos que estiveram no local também foram surpreendidos pelo estado que ficou o piso superior do ônibus.
A própria Abramet, além de outras associações, defende a realização de mais estudos para que os ônibus sejam leves, o que resulta em menos gastos operacionais e de manutenção, além de respeitarem a lei da balança, mas que sejam também mais fortes que atualmente.
Às vezes numa colisão contra um veículo de menor porte, o ônibus hoje em dia fica bastante danificado.
O diretor de engenharia da Marcopolo, Edson Maineiri, disse ao jornalista Thiago Barbosa, no CBN São Paulo, que os ônibus brasileiros seguem padrões internacionais quanto a resistência, tombamento e inclinação. A inclinação permitida tem de ser de 28 por cento e os modelos da empresa podem suportar inclinação de até 30 por cento.
Segundo ele, com o passar do tempo, a indústria estuda o uso de materiais para aumentar a resistência dos ônibus. “Todo mundo usa este tipo de veículo Double Decker. Só nas Américas são cerca de dez mil ônibus de dois andares. Na Europa o uso é bastante amplo. São modelos seguros sim, caso contrário a utilização não seria comum. Mas no caso, o ônibus tem uma massa e um peso muito grandes. Num acidente como o da Régis, por mais que o veículo tenha resistência, não tem como evitar este tipo de dano. O ônibus vai ficar bastante danificado mesmo” – disse o engenheiro da Marcopolo.
Fonte e foto: Canal do Ônibus