Sitoparn espera que outra paralisação não seja necessária em Natal

O Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional de Passageiros (Sitoparn) está aguardando cartas da Prefeitura de Natal para finalmente colocar em prática o sistema de bilhetagem eletrônica unificada nos veículos do sistema. O novo modelo operacional a ser implantado nos alternativos, que passarão a utilizar os cartões eletrônicos conforme praticado pelos ônibus, já foi aprovado pela Câmara Municipal de Natal, sancionado por Carlos Eduardo, mas até agora não começou a funcionar.
Desde o dia 4 de dezembro [data em que os donos dos alternativos interromperam o fluxo da cidade por cerca de quatro horas] que os membros do Sitoparn estão tentando uma reunião com Carlos Eduardo e com a Secretaria de Mobilidade Urbana para chegar a um acordo. “Queremos o cumprimento do nosso direito: implantação da bilhetagem eletrônica. Já tentamos dialogar de diversas maneiras, mas ainda não conseguimos entender o motivo de tanta demora para implantação”, afirma Pedrinho dos Alternativos, membro da diretoria do Sitoparn.
“Esperamos que não seja necessária outra mobilização para pressionar a Prefeitura. Já provamos que o sistema pode funcionar de imediato e que não há razões para tanta burocracia – a não ser falta de vontade política”, criticou Pedrinho. “Carlos Eduardo pode até estar sofrendo pressão dos empresários, mas não podemos pagar por isso. Queremos dar continuidade ao nosso trabalho de forma justa”, destacou.
Só nesta semana duas reuniões importantes para a negociação foram canceladas, devido atividades pré-estabelecidas nas agendas do prefeito de Natal e da secretária de Mobilidade Urbana, Elequicina Santos.
De acordo com Pedrinho, a categoria não está descartando novas manifestações. “Vamos aguardar até o fim desta quarta-feira para ver se conseguiremos avançar em algo. Depois disso é que poderemos informar o que poderá ser feito”, informou.
Conforme especifica a lei da bilhetagem eletrônica, a unificação do sistema nos ônibus e alternativos pode ser feita “mediante a escolha de uma única tecnologia de bilhetagem eletrônica ou através da interoperabilidade no Sistema Automatizado de Bilhetagem Eletrônica de Natal (SABE), mediante a capacidade de duas ou mais tecnologias de aceitarem mutuamente os créditos eletrônicos e cartões utilizados por cada uma delas”.
Outra determinação contida na lei é de que “o custeio para a efetivação do sistema de bilhetagem fique a cargo de cada um dos permissionários dos serviços, como também aos seus representantes por categoria, não lhe cabendo indenização por parte do município pelo investimento de funcionamento”.
Além disso, a lei sancionada estabelece também que a comercialização das passagens inteiras, vale transporte, e com abatimento (estudantes), bem como os custos do serviço e da confecção, sejam assumidos pelos sindicatos até a homologação da licitação do transporte público, que ainda está em formulação. Após isso, o Município assumirá a comercialização das passagens.
A unificação da bilhetagem era a principal reivindicação dos permissionários do transporte alternativo de Natal.  Antes da aprovação do projeto na Câmara e sanção da lei, a categoria chegou a ocupar no dia 24 de julho, a sede da Prefeitura por mais de 30 horas em protesto.

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