Estradas que levam às praias causam preocupação

A proximidade das férias e do veraneio e aumento do fluxo de visitantes ao litoral potiguar, aumenta a preocupação sobre as condições das estradas de acesso devido à má conservação das vias, principalmente seguindo para o norte.
O litoral Norte é um dos principais destinos turísticos do Estado, mas chegar às praias consideradas as mais belas do país, requer que os motoristas enfrentem os riscos da má conservação da RN-160, estrada que liga a capital às praias e está repleta de buracos e com sinalização precária.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), iniciou esta semana uma operação tapa buracos que pretende melhorar o trecho dessa rodovia, mas a população reclama que essa decisão só foi tomada após a morte de um motociclista, na última quarta-feira, vítima de um acidente causado por um dos buracos. “A verdade é que ontem morreu uma pessoa aqui e só depois disso as obras começaram. O cara vinha na moto, o carro foi desviar do buraco e bateu nele. O motoqueiro morreu no local, era um senhor aqui da comunidade. Isso é um absurdo”, observou o bugueiro Oscar Barbosa que transitava pelo local com a família em direção às praias.
O guia de turismo, Arthur Garcia, acrescentou que há um ano a estrada vem apresentando problemas, mas que só agora a estrada está sendo consertada. “Os governantes precisam fazer alguma coisa, chega o verão, eles querem melhorar tudo, mas essa é uma via do turismo e devido aos buracos, a falta de sinalização e policiamento, as vans de turismo estão proibidas de passar por aqui”, explicou.
Seguindo na mesma rodovia, a reportagem encontrou placas deterioradas por vândalos, com marcas de tiros e pichadas, sem faixas de sinalização indicando se a rodovia era de mão única ou dupla ou até mesmo os pontos possíveis para ultrapassagem.
Mas mesmo assim, o fluxo de bugues com turistas era intenso nas estradas. Segundo o bugueiro Helio Show, apesar da falta de estrutura das estradas de acesso, os passeios pelo litoral Norte ainda são os mais procurados pelos turistas.
Éder Fonseca, turista de Minas Gerais, relatou que a sinalização está ótima. “Nós estamos andando pela cidade só com o auxílio das placas, tá sendo tranquilo, agora os buracos realmente estão prejudicando muito”, afirmou.
Já na estrada que dá acesso a Pitangui, buracos de grandes proporções exigiam novamente que os motoristas invadissem a  contramão para se livrar dos buracos.
Em Pitangui, mais problemas. Edmar Siqueira, morador e comerciante da localidade, relatou que há muito tempo a população sofre com a falta de policiamento no local. “Há mais de um ano, esse posto policial está fechado, a população se reuniu e reformou o posto, pintando e restabelecendo a energia, na esperança de termos policiais aqui, por que nós não aguentamos mais. O tráfico de drogas aqui está muito intenso, os caras vem vender drogas na porta da delegacia e da igreja”, afirmou Siqueira.
À beira mar, banhistas se arriscavam em meio ao fluxo dos bugueiros, sem fiscalização. “Graças a Deus nós nunca tivemos um acidente aqui, mas policiamento e guarda-vida aqui não tem não. Quando tem é só no carnaval e só”, explica a comerciante Maria das Dores que há mais de 20 anos tem seu comércio na praia de Pitangui.
Acesso pela Moema Tinoco está em obras: Outro ponto de acesso ao litoral Norte é pela avenida Moema Tinoco, que também apresenta muitos trechos com buracos, estrada carroçável e com trabalhadores na pista para a criação de dois grandes eixos de  mão dupla, que fazem parte do projeto do Pró-Transporte.
Com o Pró-Transporte, cerca de 15km de avenidas serão duplicadas para beneficiar o tráfego na Zona Norte de Natal, com corredor de ônibus, ciclovias, padronização das calçadas e implantação de paradas de ônibus, investimento este orçado em R$88 milhões.
As obras já começaram e os proprietários de imóveis que estão na rota não receberam, até o momento, nenhuma proposta por parte do governo para a desapropriação e algumas benfeitorias estão sendo colocadas abaixo sem autorização dos donos. “Não nos informaram nada sobre a desapropriação. Eles já eram pra ter pego esse povo e desapropriado, pago tudo direitinho, mas eles estão é tirando as nossas cercas e soltando os nossos animais sem autorização”, explica o agricultor Manoel Neto, um dos que serão afetados pelo projeto.
O projeto prevê que somente nesta primeira etapa, 273 casas devam ser desapropriadas.
Fotos: Ana Silva e Emanuel Amaral (Tribuna do Norte)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo