Editorial UNIBUS RN: Quentes incertezas

Não se fala em outra coisa desde a última terça-feira no Rio Grande do Norte. Um fogaréu, 56 pessoas como vítimas e um quadro de incertezas nortearam o grande fato da semana: o incêndio do ônibus da Viação Nordeste, na BR 304, em Mossoró.
De fato, é uma situação incomum e de extrema periculosidade. Afinal, alguém podia morrer naquela correria – seja pisoteado ou queimado. Por sorte, e competência do motorista, o ônibus foi evacuado em segurança e todos se salvaram.
Mas, o que queremos discutir não é a competência do motorista no salvamento das pessoas, tampouco o incêndio do ônibus. Queremos discutir a grande, e quente, incógnita desse fato, que não ficou em Mossoró junto ao ônibus queimado: Será que o usuário ainda tem coragem de viajar usando a Nordeste?
Situações que envolvem fogo e ônibus da empresa não são novidade. Em 2010, outro ônibus foi perdido em situação semelhante, lá no Ceará, e abalou, certamente, os usuários que precisam usar esses ônibus. Em vez de tranquilidade, o medo e a apreensão voltaram a tomar conta dos passageiros.
A situação foi melhorando e a credibilidade foi voltando aos poucos. Mas, como qualquer coisa, não havia unanimidade. Já mostramos, algumas vezes, situações degradantes que envolveram usuários da Nordeste em toda sua área de atuação (ela tem linhas na Paraíba, no Ceará e no Rio Grande do Norte).
Só que, provavelmente, o medo voltou a imperar em seus usuários. Quem vai querer viajar em um ônibus que corre o risco de pegar fogo a qualquer momento? Com certeza, depois das imagens da madrugada da última terça-feira, muitos fazem essa pergunta.
Sendo assim, a Nordeste tem que fazer sua parte para diminuir a apreensão dos seus usuários e passar mais segurança nas viagens que utiliza.
Com certeza, um passo importante já foi dado após a fala de seu gerente, em Mossoró, da manutenção preventiva de seus veículos. Inclusive, membros do UNIBUS RN puderam presenciar esse trabalho preventivo da empresa quando visitaram a matriz da Nordeste, em Natal, neste ano. Apesar dos problemas que a assolaram nos últimos anos, o esforço é louvável para disponibilizar o melhor possível para o passageiro.
Assim, pode-se chegar à conclusão que, ou foi uma fatalidade, ou foi uma situação de negligência. Mas, como não temos competência para dizer o que aconteceu, deixemos que a perícia e a polícia possam dizer seus resultados.
Mas, um resultado podemos deixar no ar: as quentes incertezas ainda vão pairar sobre a Nordeste por algum tempo após esse triste fato. É torcer que se apague esse fogo o mais breve possível, as incertezas acabem, e uma das mais tradicionais empresas de ônibus do Rio Grande do Norte possa voltar aos seus tempos áureos. A conferir!

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