Copa 2014: Devido às obras, comerciantes do entorno da Arena das Dunas estimam que houve redução de 30% da clientela

O trânsito no entorno do estádio Arena das Dunas, em Lagoa Nova, sofre do “efeito sanfona”. O fenômeno é reflexo do início das obras de mobilidade urbana para Copa do Mundo, previstas para serem concluídas em maio de 2014, que estão gerando congestionamentos nos horários de pico (7h, 12h e 18h) e espaços desertos nos demais momentos com as interdições viárias adotadas desde segunda-feira. Em decorrência disso, nos últimos três dias o comércio na área atingida reclama de 30% de redução na frequência de clientes.
O presidente da Associação Lojista de Lagoa Nova, Júlio César Oliveira, 51, revela que ontem pela manhã não fez uma venda sequer. “Abri a loja às 8h e até agora não vi cliente. O trânsito está tranquilo até demais. A publicidade da Prefeitura para que os motoristas evitassem a [Avenida] Prudente de Morais surtiu efeito. Tem horas que nem passa carro por aqui”, reclama.
Para comprovar sua tese, por volta das 10 horas ele saiu da loja em que revende roupas femininas e caminhou ao longo do asfalto. “Não tem carro passando. A obra zerou as ruas”, lembrou. A tranquilidade a que se refere, no entanto, desaparece ao meio-dia, o que também atrapalha o comércio local. “No congestionamento ninguém faz compra também”, ressaltou.
Ele lidera um grupo de 200 empresários que se dizem prejudicados pelas intervenções de mobilidade municipal. “Quem não é visto, não é comprado”, filosofa o empresário. A associação foi criada há pouco mais de dois meses. “Não somos contra a obra em si, mas não concordamos com o planejamento que foi feito. Quem sofre não é o motorista, mas o empresário”, avalia.
Carioca, cabeleireira branca e de fala fácil, o empresário reclama da falta de diálogo por parte dos entes públicos sobre o planejamento das obras de mobilidade. “Só soubemos das interdições pela imprensa, isso não é certo”, ponderou.
A opinião é partilhada por Yeiki Ribeiro, 39, dono de uma loja de produtos esportivos. “A Prefeitura pediu para que as pessoas evitassem a Prudente de Morais. E isso realmente aconteceu. À tarde, pelo menos, não temos para quem vender”, relata.
Ele conta ainda que viu as vendas caírem mais de 30% nos últimos dias. O período natalino, segundo prevê, será nebuloso. A loja dele não fará a contratação de funcionários temporários para os meses de novembro e dezembro.
A cabeleireira Heline Rebouças, 35, diz que vai mudar o ponto comercial. Ele é dona de um salão de belezas e de uma loja que revende cabelos. “Eu pago R$ 1,5 mil pelas duas salas, mas pretendo alugar uma no valor de R$ 4 mil num Shopping Center. Quero evitar a perda de clientes”, relata.
Ela também teme o aumento da violência. O empreendimento da empresária foi assaltado em setembro por três homens, que causaram um prejuízo de R$ 2 mil. “Não quero passar pela mesma experiência, novamente”, comentou, mencionando os riscos com a falta de policiamento durante as obras.
Fonte: Novo Jornal

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